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Oposição na Índia põe em dúvida política nuclear

Partido Bharatiya Janata prometeu revisar a doutrina nuclear do país, cujo princípio central é que a Índia não seria a primeira a usar as armas


	Nacionalista hindu Narendra Modi, candidato ao cargo de primeiro-ministro pelo principal partido de oposição, Bharatiya Janata, faz comício em Gurgaon, nos arredores de Nova Délhi, na Índia
 (Adnan Abidi/Reuters)

Nacionalista hindu Narendra Modi, candidato ao cargo de primeiro-ministro pelo principal partido de oposição, Bharatiya Janata, faz comício em Gurgaon, nos arredores de Nova Délhi, na Índia (Adnan Abidi/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 21h19.

Nova Délhi - O partido indiano de oposição Bharatiya Janata (BJP), amplamente cotado para formar o próximo governo, prometeu nesta segunda-feira revisar a doutrina nuclear do país, cujo princípio central é que a Índia não seria a primeira a usar armas atômicas em um conflito.

Ao divulgar seu programa, o partido não deu detalhes, mas fontes envolvidas na elaboração do documento disseram que a política de "não primeiro uso", introduzida depois que a Índia realizou uma série de testes nucleares em 1998, iria ser reavaliada.

O Paquistão, arquirrival da Índia, reagiu em questão de semanas em 1998 realizando os próprios testes nucleares, mas não tem como política oficial o "não primeiro uso".

O BJP estava no poder no momento dos testes subterrâneos da Índia e agora parece estar na iminência de voltar ao governo sob a liderança do nacionalista hindu Narendra Modi, que muitos acreditam que adotará uma política externa mais impactante.

O BJP não citou a revisão da política nuclear em seu programa para as eleições anteriores, em 2009.

As pesquisas de opinião vêm mostrando consistentemente que o BJP irá emergir como o maior partido na eleição que começou na segunda-feira e se estenderá por cinco semanas. Elas sugerem que, embora o partido provavelmente não alcance a maioria parlamentar necessária para governar sozinho, teria a melhor chance de formar um governo de coalizão.

Dois assessores de Modi disseram à Reuters na preparação para o voto que se ele se tornar primeiro-ministro, a Índia adotará uma posição mais dura nas disputas territoriais com a China e mais robusta com o Paquistão quanto aos ataques de militantes islâmicos que têm suas bases em território paquistanês.

Em seu programa, o partido disse que vai buscar relações de amizade com os vizinhos, mas, sem nomear qualquer país, afirmou que vai "lidar com o terrorismo transfronteiriço com mão firme" e adotar "uma posição forte e tomar medidas" quando necessário.

A Índia adotou a política de não ser a primeira a usar armas atômicas quando estava sob pressão de embargos punitivos por parte de nações ocidentais, após os testes nucleares, mas depois passou a ser aceita não oficialmente como uma potência nuclear.

Os Estados Unidos fecharam um acordo com a Índia em 2008 para lhe dar acesso à tecnologia nuclear civil, bem como financiamentos, apesar de o país manter um programa de armas nucleares.

Uma porta-voz do Departamento de Estado norte-americano disse que não tinha comentários a fazer "sobre questões políticas domésticas da Índia".

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