Multidão se reúne nesta terça para pedir a saída de Mubarak do poder (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2011 às 13h04.
Cairo - Uma coalizão de grupos oposicionistas disse ao governo egípcio que o início de negociações com o Exército para uma democracia de transição só poderia ocorrer após a renúncia do presidente Hosni Mubarak, afirmaram líderes da oposição.
Protestos massivos na última semana abalaram o domínio de Mubarak, que está há 30 anos no poder, obrigando-o a nomear um vice e um novo gabinete. Mas manifestantes, encorajados pela promessa do Exército de não usar a força contra eles, dizem que continuarão nas ruas até que Mubarak renuncie.
"Nossa primeira demanda é que Mubarak saia. Apenas depois disso o diálogo pode começar com as forças militares sobre os detalhes de uma transição pacífica de poder", disse Mohammed al-Beltagi, ex-membro do Parlamento e membro da Irmandade Muçulmana.
Beltagi disse que a oposição estava operando sob um grupo mais amplo, o Comitê Nacional para Seguir as Demandas do Povo, que inclui a Irmandade, a Associação Nacional para a Mudança, liderada por Mohamed ElBaradei, partidos políticos e figuras proeminentes incluindo cristãos coptas.
Os comentários de Beltagi foram reiterados por ElBaradei e outra autoridade da oposição.
"Pode haver diálogo, mas precisa ocorrer depois que as exigências do povo forem cumpridas e a primeira é que o presidente Mubarak deixe (o poder)", declarou ele à TV Al Arabia, dizendo que o diálogo envolveria negociações por um poder de transição.
"Espero ver o Egito em paz e isso exigirá como primeiro passo a saída do presidente Mubarak. Se o presidente Mubarak renunciar, então tudo avançará de forma correta."