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Oposição diz não reconhecer resultado eleitoral da Constituinte

Para o opositor e presidente do parlamento, o número de votos divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral "não é crível"

Oposição: segundo o CNE, participaram da votação um total de 8.089.230 venezuelanos (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Oposição: segundo o CNE, participaram da votação um total de 8.089.230 venezuelanos (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de julho de 2017 às 10h52.

Caracas - A oposição venezuelana não reconheceu nesta segunda-feira o resultado da votação de domingo para a Assembleia Nacional Constituinte e questionou as cifras oficiais de participação.

O presidente do parlamento, o opositor Julio Borges, considerou em uma entrevista à emissora privada "Globovisión" que a Venezuela amanheceu "mais dividida" após o anúncio dos resultados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e reiterou que a cifra de participação "não é crível".

De acordo com o CNE, participaram da votação um total de 8.089.230 venezuelanos, enquanto os grupos antichavistas, que boicotaram as eleições, calcularam que a participação foi de apenas três milhões de pessoas.

"Se não fosse uma tragédia, não tivesse custado 16 assassinados e não significasse mais crise, quase que seria engraçada essa cifra do CNE", declarou o vice-presidente do parlamento, Freddy Guevara, responsável nacional do partido Vontade Popular (VP).

O número de mortos durante as eleições dos quais fala o legislador é o mesmo denunciado pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), enquanto o Ministério Público confirmou dez mortos.

Borges, do partido Primeiro Justiça (PJ), e Guevara voltaram a pedir que a população continue se manifestando nas ruas contra o governo de Nicolás Maduro, como vem ocorrendo desde abril, o que deixou um saldo de 119 mortos, centenas de feridos e quase 5.000 detidos.

A MUD convocou seus simpatizantes de todo o país a fechar ruas hoje em rejeição da Constituinte e para uma marcha em Caracas que partirá do leste da cidade.

A nova Assembleia Constituinte terá poderes ilimitados para redigir uma nova Carta Magna, mudar o ordenamento jurídico e reformar as instituições.

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