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Oposição denuncia cerco e corte de energia na embaixada da Argentina na Venezuela

Seis colaboradores da opositora maría corina machado estão refugiados no local desde março; sede está sem energia elétrica

Bandeira do Brasil na embaixada da Argentina em Caracas, em foto de 1º de agosto de 2024. O local está sob custódia brasileira desde o rompimento de relações entre Caracas e Buenos Aires

Bandeira do Brasil na embaixada da Argentina em Caracas, em foto de 1º de agosto de 2024. O local está sob custódia brasileira desde o rompimento de relações entre Caracas e Buenos Aires

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 7 de setembro de 2024 às 11h08.

A oposição venezuelana denunciou neste sábado, 7, um novo episódio de "cerco" por parte de agentes "encapuzados" posicionados diante da embaixada da Argentina em Caracas, onde seis colaboradores da líder opositora María Corina Machado estão refugiados desde março.

Desde a noite de sexta-feira, veículos das forças de segurança estatais cercam a sede diplomática, que está sob custódia do Brasil desde que a Venezuela rompeu relações com a Argentina e outros países da região por suas posições sobre as polêmicas eleições em que o presidente esquerdista Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato, em meio a denúncias de fraude.

"Assim amanhece a sede da embaixada da Argentina em Caracas, cercada por agentes do regime, encapuzados e armados, que - além disso - impedem o acesso dos jornalistas, embora a rua não esteja fechada", afirma uma mensagem publicada nas redes sociais pelo 'Vente Venezuela', partido de Corina Machado.

A AFP confirmou a presença de pelo menos quatro patrulhas no local, duas do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e duas da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), e a instalação de um posto de controle policial para verificar a identidade das pessoas que transitam pela área.

"Na Embaixada da Argentina na Venezuela, sob custódia do Brasil, estamos com a energia elétrica cortada e com os acesso à sede tomados", escreveu na rede social X Magalli Meda, chefe de campanha de María Corina Machado, refugiada no local desde 20 de março ao lado de cinco colegas.

Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), criticou o governo venezuelano. Ele escreveu no X que as "ameaças e ações são completamente contrárias ao Direito e não são aceitáveis de nenhuma forma pela comunidade internacional".

A proclamação de Maduro como vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) foi ratificada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), ambos acusados de servir ao chavismo.

A oposição, por sua vez, reivindica a vitória do diplomata Edmundo González Urrutia, de 75 anos, substituto de Corina Machado nas eleições presidenciais devido a uma inabilitação da líder opositora imposta pela Controladoria, também chavista, que impediu sua candidatura. Ambos estão escondidos há mais de um mês.

Os resultados oficiais das eleições de 28 de julho foram questionados por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina, que pediram uma verificação minuciosa dos votos. O CNE não divulgou as atas de votação, com a lei exige, alegando que foi alvo de um ataque de hackers.

O anúncio dos resultados provocou protestos em todo país, com um balanço de 27 mortos, 192 feridos e 2.400 detidos.

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