Mundo

Oposição defende maior presença da Espanha na América Latina

O Partido Popular (PP), de oposição, é o favorito nas eleições de 20 de novembro

Mariano Rajoy, candidato do Partido Popular, afirmou ainda que a balança comercial da França e da Alemanha na América são maiores do que a da Espanha (Wikimedia Commons)

Mariano Rajoy, candidato do Partido Popular, afirmou ainda que a balança comercial da França e da Alemanha na América são maiores do que a da Espanha (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2011 às 12h06.

Madri - Os investimentos da Espanha na América Latina, uma das marcas da política externa do país, vão aumentar ainda mais se o Partido Popular (PP), de oposição, sair vencedor das eleições de 20 de novembro, como apontam as pesquisas de opinião.

O candidato do PP à Presidência do Governo, Mariano Rajoy, afirmou durante a campanha que a região será uma das principais prioridades se o partido ganhar o pleito.

No debate entre Rajoy e o candidato do PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, o líder conservador disse que o governo de José Luis Rodríguez Zapatero se concentrou muito no Oriente Médio, especialmente na Palestina, deixando Europa e América Latina em segundo plano.

Rajoy afirmou ainda que a balança comercial da França e da Alemanha na América são maiores do que a da Espanha. Além disso, para o candidato do PP, a Espanha perdeu peso na União Europeia, e apesar de ser a quarta economia do continente, o país se tornou um peso para a zona do euro.

O foco das críticas dos conservadores em relação à política externa do atual governo é Aliança das Civilizações, movimento lançado por Zapatero que prega a tolerância para superar conflitos entre povos e nações. O PP alega que a aliança tornou a política externa do país muito retórica e pouco voltada para os investimentos comerciais.


Um analista da Fundação para as Relações Internacionais e Diálogo Exterior (Fride), Manuel Manrique, considera que os conservadores, caso cheguem ao poder, continuarão defendendo os valores da aliança, mas terão como prioridade os investimentos financeiros, sobretudo na América Latina e no Norte da África.

O próprio Rajoy indicou que essa será a postura do partido, ao afirmar que o ministro das Relações Exteriores se dedicará a defender os interesses da Espanha no estrangeiro, pois isso geraria riqueza para o país. 'Menos Aliança de Civilizações e mais defesa dos investimentos da Espanha', ressaltou o candidato.

Segundo o analista da Fride, o PP 'favorecerá a presença das empresas espanholas na América Latina e na atual potência do continente, o Brasil. 'A dúvida é se os países da região vão achar a aproximação suficientemente atrativa em termos comerciais', acrescentou Manrique.

Sobre a sempre delicada relação com Cuba, o partido deixou claro que não vê motivos para mudar a 'posição comum' europeia, que condena a ditadura na ilha. Os conservadores também criticam a tentativa do ex-ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, de se aproximar do país caribenho.

'Nossa posição é de um diálogo crítico com as autoridades cubanas, condicionado ao respeito aos direitos humanos e à implementação de reformas que conduzam o país à democracia', disse o responsável pela política externa do PP, Jorge Moragas.

Já em relação ao conflito árabe-israelense, os conservadores se posicionaram contra um possível reconhecimento da Palestina na ONU, ao contrário da opinião expressada pela atual ministra de Relações Exteriores, Trinidad Jiménez.

'Com a falta de consenso europeu no tema da Palestina, o futuro governo vai ter mais espaço para se aproximar de Israel e dos EUA', opinou Manrique.

Outra polêmica é sobre a atuação da Espanha no Saara Ocidental, região que busca independência do Marrocos. O analista da Fride disse que o PP considera a postura do governo de Zapatero muito flexível com o país africano. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrises em empresasEleiçõesEspanhaEuropaOposição políticaPiigsPolítica

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado