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Oposição da Venezuela volta às ruas para protestar contra Maduro

O número de manifestantes, no entanto, era menor do que as centenas de milhares de pessoas que foram às ruas na quarta-feira

Protestos: as autoridades governamentais minimizam as manifestações classificando-as como esforços violentos e ilegais para depor o governo (Christian Veron/Reuters)

Protestos: as autoridades governamentais minimizam as manifestações classificando-as como esforços violentos e ilegais para depor o governo (Christian Veron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de abril de 2017 às 15h59.

Caracas - A oposição da Venezuela retomou os protestos nesta quinta-feira para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a realizar eleições, um dia depois de três pessoas morrerem durante manifestações realizadas em meio a uma grave crise econômica.

O número de manifestantes, no entanto, era menor do que as centenas de milhares de pessoas que foram às ruas de Caracas e de outras cidades venezuelanas na quarta-feira, na maior e mais recente ação ao longo das várias semanas de protestos contra o que opositores de Maduro afirmam ser uma guinada do governo rumo a uma ditadura.

As autoridades governamentais minimizam as manifestações, caracterizadas por barricadas de rua e confrontos com as forças de segurança, classificando-as como esforços violentos e ilegais para depor o governo de esquerda de Maduro, com apoio de adversários ideológicos dos Estados Unidos.

A oposição afirma que Maduro, profundamente impopular no momento em que os venezuelanos sofrem com uma inflação de três dígitos e uma escassez de alimentos e de bens de consumo, está tentando se manter no poder indefinidamente, impedindo que líderes opositores ocupem cargos públicos e sufocando instituições independentes.

"Iremos continuar nas ruas, isso não tem fim", disse o guarda-costas Yorman Barrios, de 25 anos, enquanto manifestantes e forças de segurança travavam choques nos arredores, na quarta-feira.

A oposição conclamou apoiadores a se reunirem em cerca de duas dúzias de pontos nos arredores de Caracas e marchar para a capital, como tentaram fazer no dia anterior.

A onda atual de passeatas anti-Maduro, a mais prolongada desde 2014, tem provocado conflitos constantes nos quais jovens e soldados da Guarda Nacional travam confrontos violentos. Na noite de quarta-feira também surgiram barricadas e houve alguns saques.

Dois estudantes e um agente da Guarda Nacional foram mortos nas manifestações de quarta-feira, elevando o saldo de mortes dos protestos deste mês a oito. O grupo de direitos humanos Penal Forum disse que mais de 500 pessoas foram presas.

Em comunicado, um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo pelo fim da violência.

"Estamos preocupados com os últimos acontecimentos na Venezuela e pedimos que todos os esforços sejam feitos para reduzir as tensões e evitar futuros confrontos", disse nesta quinta-feira.

Maduro, de 54 anos, pediu a seus apoiadores para realizarem contramanifestações em Caracas. Aliados do presidente dizem que os protestos de rua da oposição são rupturas violentas da ordem pública que excedem os direitos de liberdade de reunião e que não seriam toleradas em nenhum outro país.

A nova onda de manifestações foi motivada por uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), de março, por meio da qual este assumiu os poderes do Congresso de maioria opositora, medida que a corte revogou poucos dias depois.

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