Vice da Argentina, Amado Boudou: político é investigado por ser o suposto autor de um delito de negociações incompatíveis com a função pública pela compra da Ciccone Calcográfica (©AFP / Daniel Garcia)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2014 às 20h55.
Buenos Aires - Forças políticas opositoras da Argentina argumentam que o vice-presidente, Amado Boudou, supostamente vinculado a um caso de corrupção, seja caçado ou afastado de suas funções enquanto é investigado pela Justiça, informou neste sábado a imprensa local.
Em declarações à rádio "Mitre", o senador Enesto Sanz, titular da União Cívica Radical, afirmou que Boudou "tem que pedir licença e ser submetido à Justiça".
Para Sanz, a investigação contra Boudou é "sólida e firme", já que a Justiça argentina rejeitou ontem o pedido apresentado pelo vice-presidente para ficar à margem do chamado caso Ciccone - uma imprensa de papel-moeda - por entender que, até o momento, o processo não tinha demonstrado nenhum tipo de crime.
O afastamento de Boudou, principalmente enquanto a Justiça esclarece seu suposto vinculo com o caso de corrupção, também foi defendido pelas deputadas Margarita Stolbizer, do partido social-democrata Geração para um Encontro Nacional (GENE), e Graciela Camaño, do partido peronista dissidente Frente Renovador.
Boudou é investigado por ser o suposto autor de um delito de negociações incompatíveis com a função pública pela compra da Ciccone Calcográfica.
Em julho de 2010, a quebra da Ciccone foi declarada a pedido do Fisco argentino por dívidas impositivas, mas a Justiça levantou essa declaração três meses depois, a pedido da própria empresa, após ter alcançado um plano de pagamentos.
A companhia ficou então nas mãos da sociedade The Old Fund, presidida por Alejandro Vandenbroele, quem é apontado como "testa de ferro" de Boudou, embora esse vínculo tenha sido negado pelo vice-presidente.
Boudou deixou a pasta de Economia após as eleições de 2011 para ocupar a vice-presidência, mas as denúncias por seu suposto envolvimento em escândalos de corrupção ofuscaram sua carreira política e, por isso, a presidente Cristina Kirshner decidiu mantê-lo em um discreto segundo plano.