Sudarat Keyuraphan, candidata da oposição ao cargo de primeira-ministra da Tailândia e Thanathorn Juangroongruangkit, líder partidário (Athit Perawongmetha/Reuters)
AFP
Publicado em 27 de março de 2019 às 06h27.
Última atualização em 27 de março de 2019 às 07h51.
Sete partidos de oposição na Tailândia, que reivindicam a vitória nas eleições legislativas de domingo, anunciaram nesta quarta-feira, 27, a formação de uma coalizão parlamentar.
"Os partidos que estão do lado da democracia receberam sinais de confiança do povo", afirmou Sudarat Keyuraphan, candidata a primeira-ministra do Pheu Thai, principal partido de oposição, durante uma entrevista coletiva.
O milionário Thanathorn Juangroongruangkit, fundador do partido Future Forward - que obteve um resultado surpreendente na eleição de domingo - afirmou que o bloco está preparado para tentar "impedir que a junta (militar) conserve o poder".
Tanto a oposição como o partido da junta militar governante reivindicam o direito de formar o novo governo, em uma situação que permite prever dias e até semanas de negociações com partidos menores para obter a maioria na Câmara dos Deputados. O partido da junta tem a maioria garantida no Senado, já que os militares nomeiam os 250 senadores.
Mas o partido Pheu Thai conseguiu o maior número de cadeiras na Câmara dos Representantes, com 137 cadeiras. A formação de um bloco opositor majoritário deixa o cenário político indefinido. Na Câmara, o partido governista precisa de 126 cadeiras para conseguir a maioria.
"Entendemos que temos a maioria também na Câmara dos Deputados, mas devemos esperar os resultados oficiais, que serão divulgados em 9 de maio", afirmou Buddhipongse Punnakanta, do partido governista.
As eleições legislativas de domingo foram as primeiras na Tailândia desde o golpe militar de 2014, w não escaparam de várias denúncias. Milhões de votos anulados, controle irregular dos centros de votação e ação questionável das autoridades eleitorais podem ter afetado o resultado geral.
Várias províncias anunciaram um número de votos superior ao número de eleitores registrados, algo que a Comissão Eleitoral atribuiu a uma "falha humana".