Mundo

Operadora de Fukushima admite vazamento de água radioativa

Apesar de seu anúncio, companhia considera que a quantidade de água radioativa despejada no mar é muito limitada

Funcionário realiza a leitura da radiação na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, administrada pela TEPCO (Toshifumi Kitamura/Reuters)

Funcionário realiza a leitura da radiação na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, administrada pela TEPCO (Toshifumi Kitamura/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2013 às 23h00.

Tóquio - A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da central de Fukushima, palco de um grave acidente nuclear em 2011, admitiu ter detectado pela primeira vez o vazamento de água radioativa dos porões da usina ao mar.

"Queremos oferecer nossas mais sinceras desculpas. Fizemos todo o possível para impedir que a água tóxica saísse da usina", detalhou um porta-voz da companhia, em declarações publicadas nesta terça-feira (data local) pelo jornal "Nikkei".

Apesar de seu anúncio, a Tepco considera que a quantidade de água radioativa despejada no mar é muito limitada e ocorreu na zona do porto situado frente às unidades da central, isolada do mar aberto.

Neste sentido, a elétrica não espera que a detecção desta água contaminada no mar provoque um impacto significativo para o meio ambiente.

A Tepco começou a suspeitar da possibilidade que estivesse vazando água radioativa ao mar após detectar líquido contaminado nos poços de observação situados entre as unidades nucleares e o porto da central com até 9 mil becquereles por litro de césio-134 e 18 mil becquereles por litro de césio-137.

Nesta linha, no início do mês, a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão já anunciava sua "firme suspeita" que a água radioativa concentrada nos porões da acidentada usina nuclear estava vazando ao solo e ao mar.

Atualmente, a principal preocupação nos trabalhos para desmantelar a usina é o acúmulo de água contaminada no subsolo dos edifícios que abrigam os reatores nucleares, líquido que aumenta diariamente pelo vazamento de água subterrânea proveniente das zonas contíguas.

Para isolá-lo, a elétrica conta dentro do complexo nuclear com cerca de mil contêineres nos quais armazena este água radioativa, parte da qual utiliza, uma vez retirada o sal e as partículas radioativas, para esfriar os reatores

Após o acidente nuclear de Fukushima em 2011, o pior desde Chernobyl em 1986, cerca de 3,5 mil trabalhadores lutam diariamente na central japonesa para dar por concluída a crise atômica, um trabalho que pode se prolongar durante os próximos 30 ou 40 anos.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-nuclearesEmpresasFukushimaTepco

Mais de Mundo

Le Pen e seu partido vão a julgamento na França sob acusação de desvio fundos da União Europeia

Japão realizará eleições gerais em 27 de outubro

Israel avisa aos EUA que fará 'invasão limitada' do Líbano, diz jornal

Inundações no Nepal deixam pelo menos 200 mortos