Mundo

Operações dos EUA no Afeganistão tiveram efeito limitado

Operações contribuíram de maneira moderada na luta contra os chefes da Al-Qaeda no Iraque

O WikiLeaks divulgou desde 2010 cerca de 250.000 documentos diplomáticos americanos e 500.000 relatórios militares classificados de segredo de defesa (Mark Wilson/AFP)

O WikiLeaks divulgou desde 2010 cerca de 250.000 documentos diplomáticos americanos e 500.000 relatórios militares classificados de segredo de defesa (Mark Wilson/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2014 às 08h28.

Washington - As operações dos Estados Unidos contra "alvos de alto valor" (HVT, high-value targets), como os ataques aéreos contra líderes da Al-Qaeda, tiveram efeito limitado contra os talibãs no Afeganistão, considera a CIA em um relatório de 7 de julho de 2009 publicado nesta quinta-feira pelo WikiLeaks.

Estas operações contribuíram de maneira moderada na luta contra os chefes da Al-Qaeda no Iraque, acrescentou a agência de inteligência americana no resumo de seu relatório intitulado "Como fazer das operações contra alvos de alto valor uma ferramenta eficaz contra a insurgência".

O relatório de 18 páginas foi produzido pela administração do ex-diretor da CIA Leon Panetta alguns meses antes de o presidente Barack Obama ordenar um reforço das tropas em uma tentativa de reverter a insurgência talibã, derrotar a Al-Qaeda e acelerar o fim da guerra no Afeganistão.

"A coalizão realizou esforços sustentados desde 2001 para atacar os líderes talibãs, mas a influência limitada do governo (afegão) fora de Cabul colocou obstáculos na integração dos esforços dirigidos aos HVT e a outros elementos militares e não militares da contrainsurreição", afirmou a CIA em seu documento.

"A utilização por parte de altos líderes talibãs do Paquistão como um santuário também complicou os esforços contra os HVT". A isso se soma que os talibãs "têm uma grande capacidade de substituir seus líderes falecidos", ressaltou a CIA.

No entanto, as táticas foram bem-sucedidas ao obrigar Obama Bin Laden a se esconder, adotando um estilo de vida discreto, que incluiu sua dependência por comunicações de baixa tecnologia, sua relutância em se encontrar com seus subordinados e sua necessidade em liderar à distância.

No Iraque, a Al-Qaeda perdeu no início vários de seus líderes e muitos emires, mas "estas baixas não enfraqueceram muito o impulso da Al-Qaeda".

A agência americana, que também avaliou suas operações em vários países (Peru, Colômbia, Irlanda do Norte, Argélia, Sri Lanka, Israel para a OLP e Hamas), considerou que elas tiveram efeitos positivos, minando a eficácia dos insurgentes, reduzindo seu apoio, dividindo seu movimento ou alterando sua estratégia em prol dos governo dos países envolvidos.

Mas a agência também admitiu que estas operações têm efeitos negativos porque podem aumentar o nível de apoio aos insurgentes, e fazem com que o governo do país em questão "descuide de outros aspectos de sua estratégia" contra os rebeldes.

O presidente americano, Barack Obama, que assumiu o poder em janeiro de 2009, aumentou estas polêmicas operações apoiadas em bombardeios aéreos ou com drones, como no noroeste do Paquistão.

O WikiLeaks divulgou desde 2010 cerca de 250.000 documentos diplomáticos americanos e 500.000 relatórios militares classificados de segredo de defesa.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoAl QaedaÁsiaEstados Unidos (EUA)IslamismoPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Magnata vietnamita terá que pagar US$ 11 bi se quiser fugir de pena de morte

França afirma que respeitará imunidade de Netanyahu se Corte de Haia exigir prisão

Em votação apertada, Parlamento Europeu aprova nova Comissão de Ursula von der Leyen

Irã ativa “milhares de centrífugas” em resposta à agência nuclear da ONU