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Operação contra Bin Laden: 40 minutos dignos de Hollywood

O sinal verde para a operação foi dado na sexta por Obama, que assinou autorização para a força da Marinha (Seals) tentasse capturar Bin Laden, vivo ou morto

Zona do euro apresenta aceleração de seus índices após a notícia da morte do terrorista (Getty Images)

Zona do euro apresenta aceleração de seus índices após a notícia da morte do terrorista (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2011 às 20h56.

Washington - A operação do comando de elite americano que culminou na morte do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em uma residência no Paquistão foi realizada com grande precisão e, durante 40 minutos, ocorreu como um espetáculo digno de um roteiro de cinema de Hollywood.

O sinal verde para a operação foi dado na sexta-feira de manhã pelo presidente americano, Barack Obama, que, antes de viajar ao Alabama, assinou a autorização para que um pequeno grupo de soldados da Força de Operações Especiais da Marinha (Seals) tentasse capturar Bin Laden, vivo ou morto, explicaram diversos altos funcionários do Governo dos Estados Unidos.

Seis meses antes, a CIA tinha conseguido localizar o mensageiro de confiança de Bin Laden, de quem até então se desconhecia inclusive o nome, e sobre quem havia suspeitas de que se escondesse junto ao líder da Al Qaeda.

O emissário residia em um complexo avaliado em US$ 1 milhão em Abbottabad, nos arredores de Islamabad e claramente construído para abrigar um alvo muito mais valioso que o mensageiro: tinha duas portas de segurança, espessos muros de seis metros de altura reforçados com arame arame farpado. O prédio não contava, contudo, com telefone nem internet.

Quem ali morava não tinha contatos com os vizinhos e queimava o lixo, em vez de retirá-lo. Pouco a pouco, os agentes da CIA se convenceram de que quem se encontrava no interior da mansão era o próprio "número um" da Al Qaeda.

Obama esteve em pelo menos cinco reuniões com seu conselho de segurança nacional para analisar os dados apresentados pelos serviços de Inteligência.

As posições eram díspares. Não havia 100% de certeza de que se tratasse do próprio Bin Laden, mas, segundo o conselheiro da Casa Branca para a luta contra o terrorismo, John Brennan, era a pista mais sólida procedente "de Tora Bora" desde que os EUA tornaram prioridade máxima, há quase dez anos, as buscas pelo líder terrorista no Afeganistão.

Alguns dos assessores defendiam o uso de aviões não-tripulados (drones), para não pôr em perigo vidas americanas. Outros preferiam enviar as forças Seal - uma opção mais arriscada, mas com mais garantias de sucesso. Por fim, Obama optou por esta última.

O presidente acompanhou a operação no domingo da Sala de Crise da Casa Branca, com som e imagens ao vivo.

Foi "um dos momentos de maior ansiedade na vida de qualquer um de nós, que estivemos ali", reconheceu Brennan. Em suas palavras, os nervos ficaram a flor de pele quando um dos dois helicópteros enviados à missão sofreu problemas técnicos. A aeronave conseguiu aterrissar no complexo, mas já não podia mais se movimentar.

O comando entrou na residência sem ter uma ideia exata do que lá encontraria. Quando se viram ameaçados a se entregar, os terroristas preferiram abrir fogo. Segundo Brennan, o próprio Bin Laden utilizou como escudo humano uma de suas esposas, que foi atingida pelas balas.

Morreram outros três homens, entre eles, um dos filhos adultos de Bin Laden. Duas mulheres ficaram feridas.

O comando utilizou o helicóptero que não foi danificado para abandonar o complexo e transportar o corpo de Bin Laden. Ao todo, a operação durou apenas 40 minutos. Todos saíram na mesma aeronave. A outra ficou no lugar.

Depois, a operação foi informada às autoridades paquistanesas, que assumiram a responsabilidade pela mansão.

Os serviços de segurança dos dois países buscam agora avaliar o conteúdo do local na busca de dados sobre a rede terrorista Al Qaeda e sobre os demais dirigentes do grupo.

O corpo de Bin Laden foi transportado ao porta-aviões americano Carl Vinson, no mar da Arábia, onde foi preparado conforme os ritos islâmicos e, depois, jogado ao mar, para evitar que seu túmulo se transformasse em centro de peregrinação e diante da dificuldade de encontrar um terceiro país que quisesse aceitar recebê-lo.

Além da comparação de fotografias, os exames de DNA contrastados com outros membros da família de Bin Laden comprovaram, com "99,9%" de certeza, que se tratava do tão procurado líder terrorista.

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