Mundo

Opep encerra 2010 vigiando preço do barril, que se aproxima de US$ 100

Pela primeira vez na história, o barril superou os 100 dólares em janeiro de 2008 e chegou em julho deste ano a 147 dólares

Atuakmente, os preços sobem não por problemas na demanda ou na oferta, mas pela especulação e desvalorização do dólar, sua moeda de referência (AFP/Amelie Herenstein/EXAME.com)

Atuakmente, os preços sobem não por problemas na demanda ou na oferta, mas pela especulação e desvalorização do dólar, sua moeda de referência (AFP/Amelie Herenstein/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2010 às 14h59.

Quito - A OPEP realizou sua última reunião do ano em Quito observando com prudência o fato de o barril ter superado pela primeira vez desde 2008 os 90 dólares, e sem um consenso sobre o que seria um preço "justo" do petróleo para os próximos meses, em um contexto econômico ainda frágil.

"Um barril a 100 dólares não nos dá medo. É um preço evidentemente positivo do ponto de vista das receitas, mas é preciso ver o outro lado: a estabilidade do preço a longo prazo", declarou à AFP o ministro equatoriano de Recursos Não Renováveis, Wilson Pástor.

No sábado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) optou pela cautela e manteve suas quotas de produção no mesmo nível que ostenta desde janeiro de 2009, considerando que o abastecimento do mercado é correto e que a instabilidade do clima econômico mundial pode distorcer a demanda em 2011, o que teria impacto sobre os preços.

"O que motivaria uma mudança das quotas é um desabastecimento, mas não serão alteradas em função do preço, que também reflete a especulação. Nós não miramos no preço, e sim no mercado", declarou o responsável líbio, Chukri Ghanem.

Fruto desta tranquilidade é que a organização não previu uma nova reunião até junho de 2011.

"Se o barril subir para 100 dólares, veremos. Se isso perturbar a demanda e a oferta, será preciso convocar uma reunião extraordinária da OPEP, mas agora não é o momento", disse Pastor, que descreveu o aumento dos preços do barril de "vai e vem especulativo".

"O preço atual não afetou negativamente o crescimento mundial", declarou o secretário-geral da organização, Mohammed El Badri.

Pela primeira vez na história, o barril superou os 100 dólares em janeiro de 2008 e chegou em julho deste ano a 147 dólares. Dois meses depois, caía novamente para menos de 100 dólares.

Segundo os responsáveis dos 12 países-membros da OPEP, nesta ocasião os preços sobem não por problemas na demanda ou na oferta, mas pela especulação e desvalorização do dólar, sua moeda de referência.

Nos bastidores, os membros não entram em acordo sobre qual deveria ser o valor mais "justo" do barril: 80 dólares para a Arábia Saudita, maior produtor do mundo com mais de 8 milhões de barris por dia, 90 para Angola, 100 para Líbia e Venezuela.

Para os mais conservadores, um preço muito alto colocará em risco a incipiente recuperação econômica; para outros, um barril acima dos 100 dólares financiará seus enormes custos de produção e compensará a perda de receitas provocadas pela desvalorização da moeda americana.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEnergiaIndústriaIndústria do petróleoIndústrias em geralMoedasPetróleo

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo