Mundo

OPAQ reafirma meta de um mundo sem armas químicas

Diretor da Organização para a Proibição das Armas Químicas reafirmou a meta de conseguir um mundo sem esse tipo de armamento


	OPAQ: "OPAQ verificou a destruição de 80% de todas as armas químicas declaradas", disse diretor da organização, Ahmet Uzumku
 (AFP)

OPAQ: "OPAQ verificou a destruição de 80% de todas as armas químicas declaradas", disse diretor da organização, Ahmet Uzumku (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 11h51.

Oslo - O diretor da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), Ahmet Uzumku, reafirmou nesta terça-feira, ao receber o Prêmio Nobel da Paz, a meta de conseguir um mundo sem esse tipo de armamento.

"A OPAQ verificou a destruição de 80% de todas as armas químicas declaradas e há 190 estados que se somaram à proibição. Estamos avançando para que a visão de um mundo sem armas químicas se torne realidade", disse Uzumku em seu discurso feito na prefeitura de Oslo (Noruega).

Agora, segundo o diretor-geral, um dos desafios da organização é trabalhar para que esse tipo de armamento não ressurja.

Uzumcu comemorou o fato da reação internacional ter levado a Síria a se somar a convenção sobre armas químicas, que já conta com a participação de 190 Estados, e disse que outro dos desafios é conseguir a integração dos seis países que estão ausentes.

O diretor-geral da OPAQ advertiu que o trabalho do organismo na Síria é algo que foge da rotina pelas condições especiais do país.

"Verificar a declaração sobre as armas químicas de um Estado membro da convenção é algo rotineiro para a OPAQ. Mas é claro que nada pode ser rotina nesse país, devido às circunstâncias em que trabalhamos", disse ao receber o Nobel da Paz.

Uzumcu lembrou as mortes deixadas pelas armas químicas ao longo do século XX e "infelizmente também no século XXI", desde a primeira vez em que foi usada em grande escala na batalha de Flandres, durante a 1ª Guerra Mundial.

Segundo o diretor, embora "nenhum tipo de armamento tenha o monopólio da crueldade", as armas químicas apresentam uma série de características que as tornam especialmente nefastas.

"As armas químicas carregam o medo profundamente enraizado de todos os humanos de serem envenenados. Não distinguem entre combatentes e civis, entre uma cidade e um campo de batalha. Não podem ser vistas, não se podem cheiradas e não dão aviso", disse.

"Seus efeitos, no entanto, são devastadores, queimam, cegam e sufocam suas vítimas. A morte raramente é instantânea e nunca sem dor. E quando não matam, estas armas causam um dano às pessoas e seu meio ambiente sem dar oportunidade que se repare uma vez termine o conflito", acrescentou.

Uzumcu lembrou que embora sua organização foi fundada em 1997, o primeiro esforço para proibir o uso de armas químicas é de 1899, quando foi assinada a Convenção de Haia, que não foi respeitada durante a 1ª Guerra Mundial.

Depois veio o Protocolo de Genebra, de 1925, que proibia o uso das armas químicas mas não sua fabricação e sua posse.

Apesar disso, frisou Uzumcu, "as armas químicas seguiram sendo utilizadas em todo o mundo, também contra a população civil, e durante a Guerra Fria surgiram arsenais maiores e mais temíveis". 

*Atualização às 12h50 do dia 10/12/2013

Acompanhe tudo sobre:Armas químicasEuropaNobelNoruegaPaíses ricosPrêmio Nobel

Mais de Mundo

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada