Mundo

Opaq pede que Síria acelere destruição de armas químicas

No dia 30 de junho de 2014 a Síria precisará ter eliminado todas as suas armas químicas, em virtude de um acordo concluído em setembro entre os EUA e a Rússia


	Sigrid Kaag: a funcionária acredita em "uma cooperação construtiva em nível político e técnico" com as autoridades sírias
 (AFP)

Sigrid Kaag: a funcionária acredita em "uma cooperação construtiva em nível político e técnico" com as autoridades sírias (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 14h27.

Damasco - A chefe da missão de supervisão do desmantelamento do arsenal químico sírio, Sigrid Kaag, pediu a Damasco que acelere seus esforços, embora acredite que a destruição do armamento terá sido concluída em meados de 2014, como previsto.

"É importante que os esforços se acelerem e se intensifiquem, agora que avançamos em direção à data limite", declarou em uma entrevista à AFP na noite de terça-feira em Damasco.

Kaag coordena a operação conjunta de desarmamento da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

No dia 30 de junho de 2014 a Síria precisará ter eliminado todas as suas armas químicas, em virtude de um acordo concluído em setembro entre os Estados Unidos e a Rússia para evitar um ataque americano em represália por um ataque químico cometido pelo regime de Damasco.

"Em nossa opinião, ocorreram alguns atrasos (no transporte de armas químicas fora da Síria), mas não são insuperáveis, e seguimos confiantes que a data de 30 de junho de 2014 será respeitada", declarou Kang.

A funcionária acredita em "uma cooperação construtiva em nível político e técnico" com as autoridades sírias.

O regime sírio foi criticado recentemente por descumprir os prazos de entrega de seus depósitos de substâncias químicas, que, caso sejam misturados, podem se converter em gases mortais.

No dia 6 de fevereiro, o Conselho de Segurança da ONU fez uma advertência, pedindo que a Síria "respeite suas obrigações" e acelere o transporte de armas químicas para fora do país. E em janeiro os Estados Unidos se mostraram preocupados por um atraso no desarmamento.

Segundo Kaag, "é uma operação muito complexa, (...) um desafio em um país em guerra".


Segurança muito precária

"A situação no âmbito da segurança é muito precária. Todos os dias podem ocorrer mudanças que afetam o transporte (das armas) e a organização de todo o processo", assim como "a equipe da missão conjunta (...) que trabalha dia e noite para a aplicação do acordo", disse.

"As autoridades sírias como Estado são as que têm a responsabilidade de garantir que o programa de destruição de suas armas químicas seja aplicado totalmente", ressaltou Kaag.

O calendário de destruição deste arsenal foi fixado pela ONU em uma resolução que prevê sanções, ou inclusive o recurso à força militar em caso de descumprimento.

As substâncias químicas devem ser transportadas de Latakia em direção ao porto italiano de Gioia Tauro, onde serão carregadas em um navio da marinha americana equipado para destruí-las.

Segundo Kaag, a situação de segurança muito precária na Síria, devastada por uma guerra sangrenta há quase três anos, requer que o processo seja rápido.

"É mais uma razão para trabalhar para terminar a operação o quanto antes. Ninguém sabe como as condições podem evoluir", considerou.

Na segunda-feira as autoridades sírias retiraram um terceiro carregamento de substâncias químicas.

Antes do anúncio deste terceiro carregamento, Washington considerou que menos de 5% das substâncias químicas mais perigosas haviam sido retiradas da Síria.

Acompanhe tudo sobre:Armas químicasOriente MédioSíria

Mais de Mundo

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga