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Opaq, a entidade que levou o Nobel da Paz na crise síria

A jovem Organização para a Proibição das Armas Químicas, vencedora do prêmio Nobel da Paz 2013, realizou um trabalho silencioso desde 1997 até a crise na Síria


	Soldado do Exército Livre da Síria: crise na Síria outorgou à Opaq um papel de protagonista
 (Muzaffar Salman/Reuters)

Soldado do Exército Livre da Síria: crise na Síria outorgou à Opaq um papel de protagonista (Muzaffar Salman/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 09h31.

Copenhague - A jovem Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), encarregada de eliminar os arsenais do regime sírio com apoio dos 189 Estados-membros e vencedora do prêmio Nobel da Paz 2013 - outorgado nesta sexta-feira -, realizou um trabalho silencioso desde 1997 até a crise na Síria lhe outorgar um papel de protagonista.

Técnicos da Opaq se encontram em território sírio para realizar a destruição das armas químicas em poder do regime de Bashar al-Assad, quem anunciou que seu país assinará a Convenção contra as Armas Químicas na próxima segunda-feira, dia 14 de outubro.

Sudão do Sul, Angola, Egito e Coreia do Norte seguem fora da citada Convenção, enquanto Israel e Mianmar, que assinaram em 1993, ainda não a ratificaram.

No entanto, o Comitê Nobel da Noruega também revelou que vários países entre os signatários não cumpriram o prazo para eliminar seus arsenais, que acabou em abril de 2012, apontando diretamente aos Estados Unidos e Rússia.

A Opaq, com sede em Haia (Holanda), é a organização encarregada de aplicar a Convenção contra as Armas Químicas que entrou em vigor em 1997, sendo que suas principais tarefas são a eliminação dos arsenais, a supervisão deste trabalho e fornecer assistência e assessoria aos Estados-membros.

Sob essa convenção, sete países declararam possuir armas químicas - Albânia, Estados Unidos, Rússia, Índia, Iraque, Líbia e um Estado que a Opaq não identifica - e se comprometeram a destruir 71.196 toneladas métricas de agentes químicos considerados extremamente tóxicos, desde munição até contêineres.


Segundo os números da organização, apenas Albânia, Índia e o Estado-membro não identificado já destruíram totalmente seus arsenais declarados.

No total, 58.172 toneladas de agentes químicos foram destruídos, um número que representa 81,71% do arsenal declarado no mundo. A organização em questão também acompanhou a destruição de 4,97 milhões de munição e contêineres químicos, 57,32% dos 8,67 milhões declarados.

Desde 1997, a Opaq realizou um total de 5.286 inspeções em 86 países-membros e visitou mais de 2,7 mil vezes os 228 polígonos declarados, onde estão armazenadas todas as armas que os Estados-membros disseram possuir.

Neste aspecto, segundo a organização, todas as instalações declaradas de produção de armas químicas foram desativadas.

Em Haia, na sede da Opaq, trabalham cerca de 500 pessoas, 200 das quais são inspetores.

Dirigida desde 2010 pelo diplomata turco Ahmet Uzumcu, que nesta mesma semana reivindicou um cessar-fogo temporário na Síria para facilitar o trabalho de seus inspetores no país árabe.

No último domingo, funcionários sírios sob supervisão dos técnicos da Opaq e da ONU começaram a destruir as armas químicas de categoria 3 e a inutilizar um leque de peças com o objetivo de desmantelar todas as instalações de produção e equipamentos de produção até o dia 1º de novembro.

Segundo os cálculos das Nações Unidas, a Síria tem um arsenal de aproximadamente mil toneladas de armas químicas.

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