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ONU: violações dos direitos humanos pioraram na Coreia do Norte

Segundo o alto comissário da ONU, a crise desencadeada pelo programa nuclear e de mísseis norte-coreanos piorou os abusos que a população sofre

Coreia do Norte: não há qualquer sinal de que a situação dos direitos humanos no país tenha melhorado o mínimo que seja (KCNA/Reuters)

Coreia do Norte: não há qualquer sinal de que a situação dos direitos humanos no país tenha melhorado o mínimo que seja (KCNA/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 17h17.

Nações Unidas - As violações dos direitos humanos continuam a acontecer na Coreia do Norte e estão piorando no meio da crise internacional que cerca o país, advertiu a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira.

Segundo a entidade, não há qualquer sinal de que a situação dos direitos humanos no país tenha melhorado o mínimo que seja desde que um relatório da ONU documentou violações em massa, há três anos.

"Enquanto a ênfase é colocada nas situações política e de segurança, a Coreia do Norte é uma crise esquecida na agenda humanitária mundial", alertou o subsecretário-geral para Assuntos Políticos da ONU, Miroslav Jenca.

Segundo o alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid ibn Ra'ad, a crise desencadeada pelo programa nuclear e de mísseis norte-coreanos piorou os abusos que a população sofre e as tensões militares agravaram as violações "extremamente sérias" dos direitos humanos que sofrem os 25 milhões moradores da Coreia do Norte.

Tanto Jenca quanto Zeid discursaram na reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte.

O encontro, que acontece pelo quarto ano consecutivo, é feita apesar da oposição da China e da Rússia, que defendem que este órgão não é o fórum adequado para analisar estes assuntos. No entanto, essa postura foi derrotada num voto de procedimento, que deu sinal verde à realização do encontro, favorecido pelo Ocidente.

Os Estados Unidos, por exemplo, insistiram que os abusos dos direitos humanos estão muito relacionados à manutenção da paz e da segurança, que é o tema principal do Conselho de Segurança. Zeid concordou com essa análise e assegurou que a crise atual é "inseparável" das questões de direitos humanos.

Já para Jenca, a tensão em torno do programa militar norte-coreano teve um "impacto negativo" nos direitos humanos, com um isolamento ainda maior do país. Pyongyang, além disso, impôs restrições mais severas à liberdade de movimento da população e a situação dos prisioneiros continua sendo muito preocupante, assegurou. Sobre a situação humanitária, ele disse que estima-se que 18 milhões de pessoas (70% da população) sofram com insegurança alimentar e que 10,5 milhões sofrem com a desnutrição.

Segundo a ONU, a comunidade internacional tem a responsabilidade de proteger à população norte-coreana se as autoridades nacionais não fazem isso e é preciso levar em conta as consequências que a situação no país tem para a estabilidade na região.

Para além desta reunião no Conselho de Segurança, a sede da ONU em Nova York foi palco hoje de um encontro informal impulsionado pelos Estados Unidos e outros países para escutar depoimentos de mulheres repatriadas contra a vontade à Coreia do Norte.

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