República Centro-Africana: cerca de 2,3 milhões de crianças estão sendo afetadas pela crise e pelo menos 3.500 foram recrutadas por grupos armados (Reuters/Emmanuel Braun)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 16h47.
Nairóbi - As Nações Unidas enviaram uma delegação à República Centro-Africana, onde permanecerá até o próximo dia 21, para avaliar o impacto do conflito na população civil, principalmente sobre mulheres e crianças.
A representante especial das Nações Unidas para as Crianças e os Conflitos Armados, Leila Zerrougui, e o conselheiro especial na Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, viajaram hoje ao país, informou hoje a ONU em comunicado divulgado em Bangui.
A delegação inclui também a representante especial do secretário-geral sobre Violência Sexual em Conflitos, Nancee Oku Bright.
As Nações Unidas constataram que a segurança, os direitos humanos e a situação humanitária continuam se deteriorando no país, palco de enfrentamentos desde o início deste mês entre forças governamentais (ex-rebeldes Séléka, muçulmanos) e milícias civis cristãs (conhecidas como "anti-balaka").
Alguns dos crimes que estão sendo registrados no país incluem execuções sumárias, detenções arbitrárias, tortura, violência sexual e saques de hospitais, escolas e igrejas, segundo a ONU.
Cerca de 2,3 milhões de crianças estão sendo afetadas pela crise e pelo menos 3.500 foram recrutadas por grupos armados.
Os ataques sectários entre comunidades desestabilizaram e complicaram uma situação na qual uma ação urgente é necessária para proteger a população civil, sobretudo a mulheres e crianças, defende a ONU.
A missão realizará visitas no terreno e consultará as autoridades da República Centro-Africana.
Se reunirá, além disso, com representantes de organizações regionais em Bangui, do corpo diplomático, da sociedade civil e organizações humanitárias.