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ONU: refugiados são os "mais investigados" a entrarem nos EUA

Eles são submetidos a quatro diferentes controles biométricos, a três entrevistas e a dois processos de verificação

Refugiados: nos últimos anos, os EUA foram um dos países que mais admitiram refugiados para seu reassentamento (Nikolay Doychinov/AFP)

Refugiados: nos últimos anos, os EUA foram um dos países que mais admitiram refugiados para seu reassentamento (Nikolay Doychinov/AFP)

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EFE

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 14h18.

Genebra - Os refugiados aceitos pelos Estados Unidos dentro de programas de reassentamento são os "indivíduos mais investigados que entram neste país", assegurou nesta sexta-feira a ONU ao comentar as medidas anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, para restringir sua chegada.

"Nós entrevistamos e examinamos os solicitantes de asilo, e apresentamos (os expedientes) aos países para sua consideração. No caso dos EUA, uma decisão sobre quem será reassentado pode levar até dois anos, com muitos níveis (de decisão) dentro do sistema americano", explicou a porta-voz da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), Vannina Maestracci.

A porta-voz detalhou que há oito agências federais, assim como seis bases de dados sobre segurança e cinco bases de dados que oferecem antecedentes, todas elas nos EUA, que intervêm no processo de aceitar um refugiado.

Além disso, eles são submetidos a quatro diferentes controles biométricos, a três entrevistas e a dois processos de verificação no qual as agências de segurança cruzam entre elas informações sobre o candidato.

Mais de 30 países participam do programa de reassentamento administrado pela agência da ONU, mas este só consegue oferecer oportunidade para uma nova vida a menos de 1% dos refugiados de todo o mundo.

Os casos repassados às autoridades dos países que acolhem refugiados sempre correspondem aos que são mais vulneráveis, como crianças e pessoas com necessidades médicas específicas que não podem ser atendidas no país onde se encontram.

Após estes esclarecimentos, Maestracci evitou julgar diretamente as medidas preparadas pelo governo americano para suspender temporariamente a admissão de refugiados, pelo menos até que a ordem executiva seja assinada por Trump.

"Há muitas coisas que estão sendo ditas, o importante é o que se assina e então reagiremos", destacou a porta-voz.

"Como uma questão de princípios, achamos que os refugiados devem receber assistência, proteção e oportunidades de reassentamento independentemente de sua raça, religião etnia", acrescentou.

Desde outubro do ano passado (coincidente com o início do atual ano fiscal nos Estados Unidos), as autoridades americanas admitiram 25.600 refugiados.

No ano fiscal anterior (de outubro 2015 a setembro 2016), os EUA receberam quase 85.000 refugiados, segundo dados do Escritório de População Refugiada deste país.

Nos últimos anos, os EUA foram um dos países que mais admitiram refugiados para seu reassentamento, junto com Canadá, Austrália e os países nórdicos.

Os Estados Unidos são igualmente o maior contribuinte da Acnur, que financiou com quase US$ 1,5 bilhão no ano passado, muito acima de União Europeia (US$ 341 milhões), Alemanha (US$ 284 milhões) e Japão (US$ 164 milhões).

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