Genebra - O Comitê da ONU Contra a Tortura questionou nesta quarta-feira a política migratória nos Estados Unidos, principalmente no que se refere ao tratamento dado às dezenas de milhares de imigrantes ilegais menores de idade.
Entre hoje e quinta-feira, o Comitê analisará se os EUA cumprem desde 2006 os acordos feitos na Convenção contra a Tortura e Outros Tratos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
Um dos dois relatores, Alessio Bruni, definiu como uma "situação dramática" o que ocorre com os "68 mil imigrantes menores de idade presos e que vêm principalmente de El Salvador, Guatemala, Honduras e México e que entraram nos EUA tentando fugir de uma vida de violência e abusos".
"Além disso, não entendo porque há outras 68 mil famílias imigrantes presas nos centros de detenção, não havia outro jeito de mantê-las?", questionou Bruni.
O especialista pediu à delegação americana que forneça informações mais detalhadas sobre todas as pessoas retidas, assim como o número dos que foram expulsos imediatamente após serem detidos.
O segundo relator, Jens Modvig, perguntou sobre as denúncias de abusos sexuais a menores nos centros de detenção e pediu dados a respeito da situação.
A especialista Sapana Pradhan-Malla questionou sobre as investigações sobre funcionários dos centros de detenção por suposto abuso sexual a imigrantes e quantos processos a situação já resultou.
George Tugushi, que ocupou o posto de presidente devido à abstenção do titular Claudio Grossman, que mora nos Estados Unidos, perguntou por que os imigrantes são submetidos a uma "prisão longa e, às vezes, indefinida".
"Por que não há uma individualização para analisar os casos conforme a lei e por que não se busca alternativas à prisão?", questionou.
Sobre a prisão de Guantánamo, em Cuba, os especialistas questionaram por que o centro de detenção continuava aberto com presos sem serem submetidos a julgamento e sem acesso aos direitos fundamentais de qualquer cidadão.
Assistente jurídica do governo americano, Mary Mcleod afirmou em discurso inicial que o Executivo já havia esclarecido que a Convenção sobre a Tortura e Tratos degradantes ou desumanos se aplicava inclusive em tempos de guerra.
Bruni solicitou dados concretos sobre o estado de todos o réus, mais especificamente sobre se os suspeitos não processados têm as mesmas garantias judiciais que os outros.
Ambos os relatores questionaram sobre a alimentação forçada a presos de Guantánamo, algo que todas as instâncias da ONU repudiam, e por que os presos não têm direito a atendimento médico independente.
Os especialistas perguntaram que garantias são concedidas pelo governo aos presos transferidos a outros países para que não sejam torturados.
O governo também foi questionado sobre o motivo de negar que o relator da ONU sobre a Tortura visite Guantánamo para conversar individualmente com os presos.
Outro dos assuntos em pauta foi saber se foram feitas investigações e processos contra funcionários civis e militares responsáveis por maus-tratos e torturas.
Também houve perguntas sobre o uso de armas elétricas e as possíveis 600 mortes que causaram; sobre os abusos do clero; e sobre abusos cometidos contra a comunidade transexual, entre outros.
Os especialistas também perguntaram sobre os maus-tratos sofridos pelos réus condenados a morte, tanto durante os anos que passados no corredor da morte, como durante a execução, e sugeriram o estabelecimento de uma moratória para a pena de morte.
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1. Mudança
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1/12 (FABIO MANGABEIRA)
São Paulo – A Letônia é o país que tem as piores condições para receber
imigrantes, segundo o índice
MIPEX, produzido em parceira entre o British Council e a organização europeia para políticas de imigração Migration Policy Group, revisado periodicamente. O
ranking avaliou países europeus, o Canadá e os Estados Unidos. Recentemente, a pesquisa também incluiu o Japão (que ficou em 29º lugar do ranking) e a Austrália (que figurou em quinto lugar). Foram analisados 33 países no total e, por conta desta metodologia, nenhum país da América Latina apareceu no ranking. O estudo aplicou uma nota de até 100 para sete áreas principais: mobilidade no mercado de trabalho, possibilidade de reunir a família no país, educação, participação do imigrante na política, residência de longo prazo, acesso à nacionalidade e políticas contra discriminação. Nenhuma nação alcançou a nota máxima. Confira nas fotos ao lado e confira os piores países para ser imigrante segundo a classificação geral, além da nota em cada um dos critérios estudados.
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2. 33º) Letônia – 31 pontos
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2/12 (Wikimedia Commons)
Mobilidade no mercado de trabalho: 36
Possibilidade de reunir a família: 46
Residência de longo prazo: 59
Políticas contra discriminação: 25
Participação política:18
Acesso à nacionalidade: 15
Educação:17
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3. 32º) Chipre – 35 pontos
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3/12 (Getty Images)
Mobilidade no mercado de trabalho: 21
Possibilidade de reunir a família:39
Residência de longo prazo:37
Políticas contra discriminação: 59
Participação política: 25
Acesso à nacionalidade: 32
Educação: 33
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4. 31º) Eslováquia – 36 pontos
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4/12 (Wikimedia Commons)
Mobilidade no mercado de trabalho: 21
Possibilidade de reunir a família: 53
Residência de longo prazo: 50
Políticas contra discriminação: 59
Participação política: 21
Acesso à nacionalidade: 27
Educação: 24
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5. 30º) Malta – 37 pontos
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5/12 (Wikimedia Commons)
Mobilidade no mercado de trabalho: 43
Possibilidade de reunir a família: 48
Residência de longo prazo: 64
Políticas contra discriminação: 36
Participação política: 25
Acesso à nacionalidade: 26
Educação: 16
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6. 29º) Japão – 38 pontos
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6/12 (Kiyoshi Ota/Getty Images)
Mobilidade no mercado de trabalho: 62
Possibilidade de reunir a família: 51
Residência de longo prazo: 58
Políticas contra discriminação: 14
Participação política: 27
Acesso à nacionalidade: 33
Educação: 19
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7. 28º) Lituânia – 40 pontos
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7/12 (Wikimedia Commons)
Mobilidade no mercado de trabalho: 46
Possibilidade de reunir a família: 59
Residência de longo prazo: 57
Políticas contra discriminação: 55
Participação política: 25
Acesso à nacionalidade: 20
Educação: 17
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8. 27º) Bulgária – 41 pontos
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8/12 (Wikimedia Commons)
Mobilidade no mercado de trabalho: 40
Possibilidade de reunir a família: 51
Residência de longo prazo: 57
Políticas contra discriminação: 80
Participação política: 17
Acesso à nacionalidade: 24
Educação:15
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9. 26º) Polônia – 42 pontos
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9/12 (Wikimedia Commons)
Mobilidade no mercado de trabalho: 48
Possibilidade de reunir a família: 67
Residência de longo prazo: 65
Políticas contra discriminação: 36
Participação política: 13
Acesso à nacionalidade: 35
Educação: 29
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10. 25º) Áustria – 42 pontos
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10/12 (Getty Images)
Mobilidade no mercado de trabalho: 56
Possibilidade de reunir a família: 41
Residência de longo prazo: 58
Políticas contra discriminação: 40
Participação política: 33
Acesso à nacionalidade: 22
Educação: 44
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11. 24º) Suíça – 43 pontos
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11/12 (Mike Hewitt/Getty Images)
Mobilidade no mercado de trabalho: 53
Possibilidade de reunir a família: 40
Residência de longo prazo: 41
Políticas contra discriminação: 31
Participação política: 59
Acesso à nacionalidade: 36
Educação: 45
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12. Agora veja a ponta contrária do ranking
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12/12 (Sean Gallup/Getty Images)