O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon: "Há mais gente deslocada por conflitos do que em nenhum momento desde a Segunda Guerra Mundial" (Joe Klamar/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2015 às 13h41.
Nações Unidas - A ONU pediu nesta segunda-feira aos representantes dos parlamentos de todo o mundo que se unam para promover a paz e a prosperidade no planeta, e reivindicou respostas diante da "crise de legitimidade" que muitas estruturas de governo enfrentam.
As declarações foram feitas tanto pelo secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, como pelo presidente da Assembleia Geral, Sam Kutesa, durante a abertura da quarta Conferência Mundial de Presidentes de parlamento, que acontece até quarta-feira na sede das Nações Unidas.
"Nos reunimos pela primeira vez em cinco anos em um momento em que o mundo está afetado por múltiplas crises. Há mais gente deslocada por conflitos do que em nenhum momento desde a Segunda Guerra Mundial e a mudança climática ameaça cada vez mais nosso bem-estar", lembrou Ban.
O diplomata coreano destacou também a "crise de legitimidade, representação e participação que as estruturas de governo sofrem em muitos lugares do mundo".
Ban defendeu a necessidade de um compromisso coletivo para promover a paz e a segurança, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos no mundo todo.
Na mesma linha, Kutesa ressaltou o "papel-chave" que os parlamentos nacionais têm na implementação das grandes iniciativas internacionais, como a nova agenda global de desenvolvimento e a luta contra a mudança climática.
O enviado especial da Unesco para a Paz e a Reconciliação, Forest Whitaker, insistiu na necessidade de se unirem para responder aos desafios que o mundo enfrenta.
"Vocês devem ser os homens e mulheres que nos lideram, se unindo para construir a paz e o desenvolvimento sustentável", disse o ator americano.
Whitaker explicou que desde seu posto na Unesco pôde falar com jovens de todo o mundo e escutar o descontentamento com a atual realidade política, canalizada nos últimos anos em fenômenos como o extremismo no Oriente Médio e os tiroteios nos Estados Unidos.
"Estes são sinais de um problema mais amplo. São sintomas de uma sociedade em que as pessoas estão perdendo a esperança. Vocês, poderosos legisladores e líderes de seus países, podem mudar isto", assinalou.
O terrorismo, a pobreza e as migrações são alguns dos assuntos que os presidentes dos parlamentos de todo o mundo discutirão esta semana. Eles devem aprovar uma declaração intitulada "pôr a democracia à serviço da paz e do desenvolvimento sustentável, construir o mundo que o povo quer".