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ONU pede que Putin e Erdogan conversem para evitar tragédia em Idlib

Seis ataques aéreos foram registrados em Idlib hoje, onde vivem 2,9 milhões de pessoas, que seriam potenciais vítimas inocentes de uma ofensiva militar

Putin e Erdogan: grande parte dos combatentes e suas famílias foi conduzida a Idlib graças a acordos dos quais participaram Rússia e Turquia (Guneev Sergey/Getty Images)

Putin e Erdogan: grande parte dos combatentes e suas famílias foi conduzida a Idlib graças a acordos dos quais participaram Rússia e Turquia (Guneev Sergey/Getty Images)

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EFE

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 14h15.

Genebra - A ONU pediu nesta terça-feira aos presidentes de Rússia, Vladimir Putin, e Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que conversem para evitar a que poderia ser a batalha mais terrível em mais de oito anos de guerra em Síria, na província de Idlib, o último reduto dos rebeldes.

"Há informações que circulam sobre planos de aumentar a escalada (em Idlib) para 10 de setembro, portanto, com urgência, peço aos presidentes Putin e Erdogan que conversem e que encontrem uma solução para esta crise", disse o enviado especial da ONU para Síria, Staffan de Mistura.

"Uma ligação telefônica entre eles faria uma grande diferença, inclusive antes da reunião de Teerã", acrescentou De Mistura, em referência ao encontro que ambos os líderes terão com o presidente iraniano, Hassan Rohani, na próxima sexta-feira para debater a situação na Síria.

Seis ataques aéreos foram registrados só hoje em Idlib, onde vivem 2,9 milhões de pessoas, das quais um milhão são crianças, que seriam potenciais vítimas inocentes de uma ofensiva militar.

"É necessário tempo para negociações, especialmente entre Rússia e Turquia, que são os protagonistas neste caso e podem ter a chave para uma solução", insistiu o enviado especial.

A população atual de Idlib é muito superior à que havia na parte ocidental de Aleppo e em Ghouta Oriental, na periferia de Damasco, quando foram lançadas as ofensivas militares que permitiram que o governo sírio recuperasse o controle dessas áreas.

Grande parte dos combatentes e suas famílias foi conduzida a Idlib graças a acordos dos quais participaram Rússia e Turquia, como potências que respaldavam o governo e as forças opositoras, respectivamente.

"Tratemos de evitar que a última e provavelmente maior batalha desta guerra por território na Síria termine em um banho de sangue. Pedimos a todos os países que mantenham pressão moral para evitar uma medida militar drástica em Idlib e dar mais tempo para as negociações", pediu De Mistura.

Enquanto a ONU insiste em seus pedidos de calma na Síria, o enviado disse que está cumprindo com o dever de se preparar para a guerra.

"No pior dos cenários, devem nos deixar ajudar os civis e abrir rotas para evacuações voluntárias, por isso precisamos de acesso (à região)", explicou De Mistura.

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