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ONU pede para governo derrubar ou revisar `lei mordaça´

Governo italiano é criticado pelo projeto de lei das interceptações que limita o uso e difusão das escutas telefônicas nas investigações oficiais

Relator especial da ONU para a Liberdade de Expressão, Frank la Rue: "(Lei mordaça) pode minar o direito da liberdade de expressão na Itália" (Janwikifoto/Wikimedia commons)

Relator especial da ONU para a Liberdade de Expressão, Frank la Rue: "(Lei mordaça) pode minar o direito da liberdade de expressão na Itália" (Janwikifoto/Wikimedia commons)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2010 às 09h15.

Genebra - O relator especial das Nações Unidas para a Liberdade de Expressão, Frank la Rue, pediu hoje ao Governo italiano que derrube ou revise o projeto de lei das interceptações, conhecido como "lei mordaça", que limita o uso e difusão das escutas telefônicas nas investigações oficiais.

La Rue alertou que o projeto de lei, "no caso de ser aprovado em seu formato atual, pode minar o direito da liberdade de expressão na Itália".

O relator ressalta em comunicado que a proposta penaliza em até quatro anos de prisão a gravação e publicação de alguma conversa sem a permissão da pessoa envolvida.

"Um castigo tão severo que atinge gravemente o direito de todos os indivíduos de investigar e divulgar informação, transgredindo o convênio de direitos políticos e civis", opina o relator das Nações Unidas.

La Rue também mostra sua preocupação sobre as penas para jornalistas e editores que publiquem o conteúdo de gravações deste tipo, inclusive antes do julgamento do assunto.

"Esta condenação, de até 30 dias de prisão e sanções de até 10 mil euros para jornalistas e de 450 mil euros para editores, é desproporcional", diz o analista designado pelo conselho de direitos humanos para vigiar o direito à liberdade de expressão e opinião.

"Esta disposição pode dificultar o trabalho dos jornalistas de fazer investigações sobre assuntos de interesses públicos, como corrupção, dada a excessiva lentidão dos procedimentos judiciais na Itália", assinala Frank La Rue.

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