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ONU pede em Davos mais US$ 1 bi para combater o ebola

A ONU já havia pedido US$ 1 bilhão em setembro para financiar as atividades de controle do ebola, mas um mês depois solicitou mais US$ 500 milhões


	Ebola: do US$ 1,5 bilhão pedido em 2014, a ONU conseguiu arrecadar dois terços
 (Zoom Dosso/AFP)

Ebola: do US$ 1,5 bilhão pedido em 2014, a ONU conseguiu arrecadar dois terços (Zoom Dosso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 14h23.

Davos (Suíça) - A ONU anunciou nesta quarta-feira que precisa de US$ 1 bilhão ao longo de 2015 para continuar a luta contra o ebola e dar por encerrada a epidemia na África Ocidental.

O valor é o mesmo recolhido ano passado para o combate a epidemia.

O enviado especial da ONU para a luta contra o ebola, David Navarro, informou sobre este requerimento econômico em entrevista coletiva no Fórum Econômico Mundial de Davos, onde discursará sobre a ameaça do ebola para a economia e a estabilidade mundial.

Navarro especificou que esse US$ 1 bilhão será utilizado para apoiar os esforços dos governos e da sociedade civil de Guiné, Libéria e Serra Leoa contra o ebola.

O dinheiro será distribuído entre dez organismos especializados das Nações Unidas com atividades ligadas ao ebola nos três países, mas a maior parte irá para a Organização Mundial da Saúde (OMS), para o Unicef e para o Programa Mundial de Alimentos, que administra a logística da ajuda humanitária.

A ONU já havia pedido US$ 1 bilhão em setembro para financiar as atividades de controle do ebola, mas um mês depois solicitou mais US$ 500 milhões diante das graves proporções que a epidemia tomou, com vítimas aumentando em centenas a cada semana.

No começo da epidemia, declarada em março, a Guiné era o país mais afetado, mas em meados do ano passado a Libéria enfrentou uma propagação descontrolada do vírus, e atualmente o maior nível de contágio é em Serra Leoa.

Do US$ 1,5 bilhão pedido em 2014, a ONU conseguiu arrecadar dois terços, o que faz essa solicitação de hoje situar em US$ 2 bilhões o custo total das operações para dar por concluída a epidemia, permitindo que os sistemas sanitários voltem a funcionar normalmente e ajudando na recuperação da economia dos países mais afetados.

A secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, que participou da entrevista coletiva junto com Navarro, confirmou que "há sinais preliminares de redução (da transmissão do vírus do ebola) nos três países".

O número de novos casos por semana caiu de 300 em setembro para dez na última semana na Libéria, de 330 em dezembro para 140 em janeiro em Serra Leoa e de 114 para 30 na Guiné.

"Achamos que começamos a ver o fim da epidemia, mas não é tão simples porque se um só caso novo aparecer poderia haver uma propagação muito rápida", explicou Navarro.

Para dar a epidemia por encerrada, a ONU quer mobilizar nos três países médicos e especialistas em epidemiologia, assim como equipes locais encarregadas de rastrear todos os contatos dos casos confirmados ou suspeitos para isolá-los, dar tratamento e não se transformarem em novos focos de contágio.

Mais de 21 mil casos foram registrados desde o início de epidemia, e pelo menos oito mil pessoas morreram nos três países africanos.

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