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ONU pede aumento da ajuda financeira a refugiados sírios

"Os países que acolhem (refugiados sírios) precisam de apoio financeiro muito mais significativo (do que recebem) e merecem", declarou alto comissário da ONU


	Refugiados: guerra civil na Síria provocou maior crise de refugiados desde genocídio de 1994 em Ruanda
 (Bulent Kilic/AFP)

Refugiados: guerra civil na Síria provocou maior crise de refugiados desde genocídio de 1994 em Ruanda (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2014 às 18h23.

A ONU pediu, nesta terça-feira, ao fim de uma conferência em Berlim, um aumento na ajuda financeira internacional para os países vizinhos da Síria, entre eles o Líbano, sobrecarregados com mais de três milhões de refugiados da guerra civil.

"Os países que acolhem (refugiados sírios) precisam de apoio financeiro muito mais significativo (do que recebem) e merecem", declarou o alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, Antonio Guterres.

Em fuga da guerra civil deflagrada em 2011, o êxodo de vários sírios é "a crise humanitária mais dramática que o mundo enfrenta em muitos anos", acrescentou.

As consequências para os países vizinhos são "enormes", afirmou.

"A economia, os serviços públicos, os sistemas sociais (...) sofrem importantes consequências, às quais se soma o impacto sobre a segurança em toda a região", insistiu.

A guerra civil na Síria provocou a maior crise de refugiados desde o genocídio de 1994 em Ruanda, já que metade da população deixou suas casas.

A maioria dos que fugiram da guerra na Síria encontrou abrigo nos países vizinhos, como Líbano, Jordânia e Turquia.

O Líbano acolhe mais de 1,1 milhão de sírios, uma pesada carga para esse país de 4 milhões de habitantes.

O delicado equilíbrio confessional no país se vê agora afetado pela violência, levando o governo a fechar praticamente todas as suas fronteiras.

O destino desses três milhões de refugiados sírios estava no centro do debate da conferência internacional desta terça, com a presença de mais de 40 representantes de países e organizações internacionais.

O objetivo do encontro na Alemanha é manifestar "um compromisso de solidariedade com os refugiados e também um compromisso de solidariedade com os países que recebem refugiados, como o Líbano", declarou o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, antes da abertura do encontro.

"Queremos afirmar hoje (...) que nossa preocupação também diz respeito à estabilidade de países como o Líbano", comentou o ministro alemão.

"Pode-se prever a força explosiva (de um fluxo de refugiados desse tipo) para as estruturas sociais de um país como o Líbano", acrescentou.

O primeiro-ministro libanês, Tammam Salam, advertiu que essa situação representa o maior desafio e "o mais perigoso que o Líbano enfrenta atualmente".

O ministro jordaniano das Relações Exteriores, Nasser Yudeh, também pediu "mais ajuda internacional para os países" vizinhos da Síria.

Na segunda-feira, cerca de 50 organizações não-governamentais fizeram um apelo para que a ajuda humanitária aos refugiados seja dobrada e que os países ocidentais recebam no mínimo mais 180 mil refugiados sírios.

Apesar dos apelos do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (Acnur), no restante do mundo, o número de refugiados sírios é muito baixo em relação aos países vizinhos da Síria.

Para toda a União Europeia (UE), por exemplo, 144.632 sírios solicitaram asilo desde 2011. A maioria teve seu pedido aceito.

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