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ONU pede aos EUA que não separe crianças imigrantes de seus pais

Deter menores representa uma "violação grave dos direitos da criança", afirmou porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani

Fronteiras: centenas de crianças foram separadas de seus pais na fronteira desde outubro, inclusive um menino de um ano (ProtoplasmaKid/Reprodução)

Fronteiras: centenas de crianças foram separadas de seus pais na fronteira desde outubro, inclusive um menino de um ano (ProtoplasmaKid/Reprodução)

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AFP

Publicado em 5 de junho de 2018 às 10h25.

Última atualização em 5 de junho de 2018 às 12h13.

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao governo dos Estados Unidos que interrompa de modo imediato a polêmica prática de separar as crianças imigrantes da América Central de seus pais, que são detidos depois as famílias atravessam a fronteira ilegalmente a partir do México.

"Estamos profundamente preocupados com o fato de que a política de tolerância zero recentemente em vigor na fronteira sul dos Estados Unidos faça com que as pessoas presas quando entram de maneira irregular no país sejam processadas e que seus filhos - inclusive os muito jovens - sejam afastados", afirmou a porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, em uma entrevista coletiva.

"Estados Unidos têm que terminar imediatamente com esta prática", declarou Shamdasani, antes de completar que separar famílias e deter menores de idade representa uma"violação grave dos direitos da criança".

Shamdasani recordou que os Estados Unidos continua sendo o único país que não ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças.

A porta-voz insistiu que "as crianças nunca deveriam ser detidas por razões vinculadas a seu status migratório ou de seus pais".

Centenas de crianças foram separadas de seus pais na fronteira desde outubro, inclusive um menino de um ano, disse, citando informações divulgadas por grupos da sociedade civil americana.

"Pedimos às autoridades americanas que adotem alternativas que evitem privar a liberdade e que permitam às crianças permanecer com suas famílias", completou a porta-voz.

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