Facebook: Nas primeiras reuniões não pensava que levariam a sério. Felizmente agora parece que despertaram, disse o comissário (Dado Ruvic/Divulgação)
AFP
Publicado em 29 de agosto de 2018 às 14h47.
O alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediu ao Facebook para ser mais "proativo" contra o discurso de ódio, e expressou preocupação com declarações do presidente Donald Trump, que acusou Google, Facebook e Twitter de falta de imparcialidade.
O pedido foi feito após a decisão do Facebook de bloquear páginas de membros da junta birmanesa, depois de meses de pressão para tomar medidas contra o exército de Mianmar, acusado pela ONU de "limpeza étnica" contra os muçulmanos rohingyas.
"Nas primeiras reuniões que tivemos com Facebook, não pensava que levariam a sério. Felizmente agora parece que despertaram", declarou o comissário Ra'ad Zeid al-Hussein a repórteres em Genebra.
"Devem ser prudentes, se as pessoas acusadas dos piores crimes forem julgadas, o Facebook poderia ser citado a comparecer perante um tribunal por cumplicidade", acrescentou.
"Poderia haver outras situações onde o Facebook é dominante em um país em que há uma deterioração da situação dos Direitos Humanos e onde o seu papel poderia ser questionado", indicou ainda.
O comissário jordaniano, cujo mandato termina no final de agosto e será substituído pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, pediu ao Facebook que "não espere uma crise" para agir e "reflita de forma pró-ativa sobre as medidas a tomar [...] enquanto mantém espaço para a liberdade de expressão".