Nelson Mandela: após 27 anos e meio na prisão, ele se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994 (Hamish Blair/Getty Images)
EFE
Publicado em 18 de julho de 2018 às 16h52.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 16h59.
Nações Unidas - A Organização das Nações Unidas (ONU) reivindicou nesta quarta-feira, no centenário de nascimento, o legado de Nelson Mandela (1918-2013), mas advertiu que o seu sonho não estará completo até que a pobreza termine "e não deixe ninguém par trás".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que os valores que Mandela defendeu, como a paz e o perdão, não se transformem em "ideais vagas", mas em "ações concretas que todos possamos realizar".
"Superar a pobreza não é um gesto de caridade, mas de justiça. Significa proteger um direito humano fundamental, o direito à vida digna. Enquanto a pobreza persistir, não haverá liberdade", disse Guterres, citando Mandela.
Na mesma linha, a ministra de Meio ambiente sul-africana, Edna Molewa, lembrou que, se Mandela fosse vivo, não veria o seu sonho realizado porque os negros continuam a ser discriminados.
"O seu legado não pode ser separado da necessidade de alcançar uma emancipação real, e esta é a liberalização econômica. Quando só poucos podem desfrutar da prosperidade e dos direitos humanos, e a maioria não; quando só poucos têm acesso às oportunidades educacionais, e a maioria não, não teremos alcançado a sociedade pela qual Mandela lutou", argumentou ela.
Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, na cidade de Mvezo, no sudeste da África do Sul, e foi o primeiro da sua família a ir à escola. Foi a professora que deu a ele o nome de Nelson, que adotou para a vida.
O líder sul-africano foi batizado de Rolihlahla pelos pais. Na linguagem coloquial, Rolihlahla quer dizer "agitador", e, antes de se transformar em ícone da paz, Mandela defendeu a violência como ferramenta de defesa, como lembrou a ministra.
Em 2009, a ONU declarou 18 de julho como o Dia Internacional de Nelson Mandela (Mandela Day), que após 27 anos e meio na prisão se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994.