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ONU impõe novas sanções à Coreia do Norte por unanimidade

As sanções estabelecem a proibição das exportações de produtos têxteis do país e limitam as importações de petróleo

Coreia do Norte: os EUA atenuaram um primeiro esboço de resolução mais rígido para ganhar o apoio (KCNA/Reuters)

Coreia do Norte: os EUA atenuaram um primeiro esboço de resolução mais rígido para ganhar o apoio (KCNA/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 19h50.

Última atualização em 11 de janeiro de 2018 às 15h55.

Nova York - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impôs por unanimidade sanções contra a Coreia do Norte nesta segunda-feira devido ao sexto e mais poderoso teste nuclear do país, em 3 de setembro, estabelecendo a proibição das exportações de produtos têxteis do país e limitando as importações de petróleo.

Foi a nona resolução de sanções aprovada por unanimidade pelo conselho de 15 membros desde 2006 sobre os programas de mísseis balísticos e nuclear da Coreia do Norte. Os Estados Unidos atenuaram um primeiro esboço de resolução mais rígido para ganhar o apoio de China e Rússia, aliadas de Pyongyang.

Há uma semana, a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, pediu as sanções "mais fortes possíveis" e buscou um embargo de petróleo contra a Coreia do Norte.

Nesta segunda-feira, Haley afirmou que os Estados Unidos não estavam à procura de guerra com a Coreia do Norte e que Pyongyang "ainda não passou o ponto de não retorno".

"Se (a Coreia do Norte) concordar em interromper o seu programa nuclear, pode retomar seu futuro. Se provar que pode viver em paz, o mundo viverá em paz com ela", disse a embaixadora ao Conselho de Segurança depois que o conselho adotou as novas sanções.

Haley acrescentou que a mais recente resolução "não teria acontecido" sem o forte relacionamento que se desenvolveu entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping.

O embaixador da China na ONU, Liu Jieyi, exortou a Coreia do Norte a "levar a sério as expectativas e vontade da comunidade internacional" e pediu a todas as partes que continuem com "a cabeça fria" e não elevem as tensões.

Uma resolução do Conselho de Segurança precisa de nove votos a favor e nenhum veto para ser aprovada. Em negociações sobre a resolução mais recente, diplomatas disseram que a Rússia questionou que influência do Conselho de Segurança restará se a Coreia do Norte continuar a realizar testes de mísseis e nucleares.

"Este é um compromisso para levar todos a bordo", disse o embaixador francês, François Delattre, sobre o projeto antes da votação.

Os têxteis representaram a segunda maior exportação da Coreia do Norte após o carvão e outros minerais em 2016, totalizando 752 milhões de dólares, de acordo com dados da Agência Coreana de Promoção de Investimentos Comerciais. Quase 80 por cento das exportações de têxteis foram para a China.

A resolução impõe a proibição de exportação à Coreia do Norte de gás natural liquefeito e condensado, um limite máximo de 2 milhões de barris por ano em produtos petrolíferos refinados e um limite de petróleo bruto nos níveis atuais. A China fornece a maior parte do petróleo da Coreia do Norte.

Uma autoridade dos EUA, familiarizada com as negociações do conselho e falando sob condição de anonimato, disse que a Coreia do Norte importa anualmente cerca de 4,5 milhões de barris de produtos petrolíferos refinados e 4 milhões de barris de petróleo bruto.

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