Jerusalém: secretário-geral da ONU, António Guterres, durante cerimônia em honra dos 6 milhões de judeus mortos por nazistas (Ronen Zvulun/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 29 de agosto de 2017 às 06h42.
Última atualização em 29 de agosto de 2017 às 07h33.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, visitou a Terra Santa pela primeira vez nesta segunda-feira. Hoje, ele chega à cidade de Ramala, considerada o centro econômico da Palestina, depois de ter passado por Israel na segunda-feira. Os dois territórios vivem em conflito há décadas, e a relação conturbada é considerada muitas vezes epicentro de conflitos no Oriente Médio.
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Passaram-se oito meses no cargo até que Guterres fizesse esta viagem. Antes disso, o líder máximo da ONU priorizou visitas a países como Ucrânia, Somália, Afeganistão, Iraque, Turquia, Qatar e Uganda. O assunto havia ficado delicado desde que os Estados Unidos, históricos aliados de Israel, acusaram a ONU de ser parcial em relação à Palestina. Em março, as Nações Unidas publicaram um relatório afirmando que as políticas israelenses criavam um apartheid entre os dois povos. Guterres pediu o arquivamento do texto após pressão americana; e a secretária para as questões da Ásia Ocidental, Rima Khalaf, acabou entregando o cargo.
Em Israel, Guterres ouviu pedido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que a ONU ajude a frear o avanço do Irã na Síria e no Líbano, alegando que o governo iraniano está construindo bases militares em outros países, inclusive com produção de mísseis teleguiados, para concretizar seu objetivo de destruir Israel. Sobre a Palestina, Netanyahu afirmou que a ONU tem uma “obsessão absurda” com as questões palestinas, mas que acredita que o mandato de Guterres pode significar uma nova página da relação entre a ONU e Israel.
Em sua passagem pela Palestina nesta terça-feira, Guterres se encontra com o primeiro-ministro Rami Hamdallah, que deve cobrar a realização do sonho do Estado Palestino — que é endossado pelo secretário-geral da ONU. Depois, Guterres deve seguir para a Faixa de Gaza, onde a ONU mantém projetos de paz. Israel é um Estado desde 1948, mas ainda luta para que os palestinos sigam na informalidade política. A pressão sobre Guterres será imensa nos dois lados da fronteira.