Comício da candidata do governo à presidência do Haiti, Mirlande Manigat (Allison Shelley/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 08h48.
Brasília – A menos de duas semanas do segundo turno das eleições presidenciais no Haiti, o chefe da Polícia da Organização das Nações Unidas (cuja sigla em inglês é Unpol) no país, Marc Tardif, disse que há garantias de que as eleições serão pacíficas e ordenadas. As eleições estão marcadas para o próximo dia 20 e dois candidatos concorrem à sucessão do atual presidente haitiano, René Préval: a ex-primeira-dama Mirlande Manigat e o cantor Michel Martelly.
“Não vejo grandes riscos [na segurança] para o segundo turno das eleições presidenciais. É certo que este será um momento tenso, mas eu não acho que vai ser grande agitação civil. Temos uma boa cooperação com a PNH [a Polícia Nacional do Haiti] e a nossa presença forte irá desencorajar as pessoas que querem criar instabilidade ", disse Tardif. As informações são das Nações Unidas.
Tardif informou que serão reforçados os esquemas de segurança em áreas consideradas “instáveis” pelos policiais para evitar surpresas. Para limitar a ação das quadrilhas e gangues, a polícia da ONU organiza operações em conjunto com os militares do Haiti. Segundo ele, os criminosos intensificaram as ações depois do terremoto de 12 de janeiro de 2010.
"Após o terremoto, todo mundo foi desestabilizado, incluindo organizações criminosas. Pelo menos 4,5 mil presos fugiram e [apenas] 500 foram recapturados. Em áreas de difícil acesso, onde os territórios são administrados por líderes de gangues, como Cité Soleil [maior favela da capital Porto Príncipe], fazemos duas a três vezes por semana operações conjuntas”, disse Tardif.
Atualmente, ainda há cerca de 800 mil pessoas vivendo em acampamentos no Haiti. A situação do país permanece delicada em decorrência do processo de reconstrução e também devido à epidemia de cólera. Pelo menos 4 mil pessoas, entre adultos e crianças, morreram em consequência da doença.
Em 12 de janeiro de 2010, o terremoto causou 200 mil mortes e 300 mil feridos, além de desabrigar cerca de 2,3 milhões de pessoas - quase um quarto da população. No total, mais de 3 milhões de haitianos foram afetados pela tragédia, incluindo 2,8 milhões na capital Porto Príncipe.