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ONU espera que retirada russa seja positiva para negociações

O presidente russo surpreendeu ontem ao anunciar que as tropas russas passariam a se retirar, paulatinamente a partir de hoje


	Aviões militares russos: o 1º grupo de aviões de combate russos desdobrados na base síria de Khmeimim decolou hoje de volta à Rússia
 (Ministério da Defesa russo / Reuters)

Aviões militares russos: o 1º grupo de aviões de combate russos desdobrados na base síria de Khmeimim decolou hoje de volta à Rússia (Ministério da Defesa russo / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2016 às 09h16.

Genebra - O enviado especial da ONU para o conflito na Síria, Staffan de Mistura, mostrou nesta terça-feira esperança de que a retirada das tropas russas da Síria tenha um "impacto positivo" no processo diplomático para alcançar a paz.

"O anúncio feito ontem pelo presidente (Vladimir) Putin, no mesmo dia em que começaram as negociações em Genebra, é um passo significativo que esperamos que tenha um impacto positivo no progresso das negociações, que têm por objetivo conseguir uma solução política ao conflito sírio e uma transição política no país", afirmou Ahmad Fawzi, porta-voz do mediador.

O presidente russo surpreendeu ontem ao anunciar que as tropas russas passariam a se retirar, paulatinamente a partir de hoje, o que começou nesta manhã.

Segundo as primeiras informações, o primeiro grupo de aviões de combate russos desdobrados na base síria de Khmeimim decolou hoje de volta à Rússia.

As forças russas começaram a operar oficialmente na Síria em 30 de setembro e, segundo Putin, se retiram porque cumpriram os objetivos que tinham estabelecido.

A retirada das tropas russas do solo sírio era uma das solicitações da oposição, que pedia a cessação de toda intervenção estrangeira, incluída a dos milicianos iranianos e das brigadas libanesas do grupo Hezbollah - que oficialmente não participam do conflito.

Fawzi destacou que hoje, 15 de março, é um dia significativo porque é o aniversário de cinco anos de que o conflito sírio começou.

O porta-voz ainda lembrou que hoje é o 18º dia de cessar-fogo no país árabe, "que apesar de frágil e vulnerável, se mantém".

"Graças à cessação das hostilidades vidas foram salvas, e houve distribuição de ajuda humanitária", disse Fawzi, em referência à entrega de ajuda pela ONU a mais de 150 mil pessoas sitiadas ou que vivem em "zonas de difícil acesso".

Ele anunciou que amanhã, quarta-feira, está prevista a distribuição de comida em uma região de difícil acesso nos arredores de Damasco, e nas cidades de Fua, Kafraya, Zabadani e Madaya.

Ontem, no primeiro dia da nova rodada de negociações de paz em Genebra, De Mistura se reuniu com a delegação governamental, liderada pelo embaixador sírio nas Nações Unidas, Bashar Jaafari, encontro que se repetirá amanhã, após as consultas com Damasco.

O mediador também se reuniu ontem com os responsáveis do grupo de trabalho para a cessação das hostilidades e depois teve uma reunião por teleconferência a portas fechadas com os membros do Conselho de Segurança.

Hoje, De Mistura terá sua primeira reunião formal com a Comissão Suprema para as Negociações (CSN), principal coalizão opositora, que agrupa grupos políticos e armados ativos na Síria.

Fawzi explicou que a ideia do mediador é ter uma reunião diária com uma das partes e se reunir com a outra no dia seguinte para que cada uma tenha tempo de consultar seus respectivos superiores e parceiros.

Segundo a apuração elaborada pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, pelo menos 273.520 pessoas morreram na Síria, 79.585 delas civis, no conflito. 

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