Mundo

ONU elabora novo plano de medidas para proteger oceanos

60% dos principais ecossistemas marítimos estão deteriorados ou sendo utilizados de maneira incompatível com sua conservação

Com o novo plano, será possível adotar medidas concretas para, entre outros pontos, criar um mercado mundial do 'carbono azul', o dióxido de carbono armazenado nos oceanos (Getty Images)

Com o novo plano, será possível adotar medidas concretas para, entre outros pontos, criar um mercado mundial do 'carbono azul', o dióxido de carbono armazenado nos oceanos (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2011 às 12h58.

Paris - Vários organismos da ONU apresentaram nesta terça-feira um plano para melhorar a gestão dos recursos oceânicos e das áreas litorâneas, uma vez que 60% dos principais ecossistemas marítimos estão deteriorados ou sendo utilizados de maneira incompatível com sua conservação.

O plano, apresentado na sede da Unesco durante a realização de sua 36º Conferência Geral, deverá ser analisado durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio+20), que será realizada em junho de 2012.

As quatro organizações que se responsabilizaram pelo conteúdo deste plano foram a Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da Unesco; o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud); a Organização Marítima Internacional (OMI); e a Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Com este novo plano, será possível adotar medidas concretas para, entre outros pontos, criar um mercado mundial do 'carbono azul', o dióxido de carbono armazenado nos oceanos, como meio de obter benefícios econômicos diretos mediante a proteção do habitat, segundo a Unesco.

O relatório também reforça a disposição da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar para solucionar as lacunas na governança relativa ao alto-mar, reformando e reforçando as organizações regionais de gestão dos recursos oceânicos.


Os autores lembram que, embora os oceanos cubram 70% do planeta, somente 1% de sua superfície está protegida, e lamentam que nos últimos 50 anos a extensão dos recifes de coral tenha diminuído em 20%. O fato é uma ação direta da vulnerabilidade nas zonas litorâneas densamente povoadas.

Dessa forma, os responsáveis pelo plano convidam as autoridades a reforçarem suas capacidades institucionais para a observação científica dos oceanos e das áreas litorâneas, buscando promover a pesca e a exploração responsável, além de apoiar a economia verde nos países menores.

Além disso, o plano busca fomentar a pesquisa sobre a 'acidificação' dos oceanos, já que constataram que esse fator é uma 'ameaça real para algumas variedades de plâncton, uma ameaça para a cadeia alimentícia marinha e para as atividades socioeconômicas que dependem dela'.

As quatro organizações envolvidas também querem fortalecer os marcos jurídicos para tratar o problema de extinção das espécies aquáticas, além de reforçar a eficácia do sistema das Nações Unidas em suas atividades relacionadas com os oceanos para 'fortalecer a economia de nutrientes e contornar o baixo teor de oxigênio dos oceanos'.

Embora alguns dos alertas mencionados não sejam novidades, o plano mostra que a situação está se agravando com o acumulo de outros fatores que também exercem pressão sobre o meio ambiente, como a mudança climática, a intensificação das atividades humanas e os avanços tecnológicos.

Com essa chamada, as organizações insistem que, embora a comunidade internacional 'tenha concordo em tratar esses problemas com a criação das cúpulas do Rio de Janeiro (1992) e Johanesburgo (2002), os compromissos firmados nesses encontros 'seguem sem serem cumpridos, e os objetivos sem serem alcançados'. 

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteOceanosONU

Mais de Mundo

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada