O Egito teme que centenas de milhares de refugiados palestinos nunca mais sejam autorizados a regressar (MAHMUD HAMS/AFP)
Repórter
Publicado em 13 de outubro de 2023 às 11h15.
Última atualização em 13 de outubro de 2023 às 11h32.
A agência de refugiados palestinos da Organização das Nações Unidas (ONU) descreveu nesta sexta-feira, 13, como "horrenda" a ordem de Israel para deslocar mais de 1 milhão de civis do norte de Gaza em 24 horas e disse que o enclave estava rapidamente se tornando um "buraco do inferno".
A exigência das Forças Armadas de Israel para a evacuação de 1,1 milhão de palestinos do norte da Faixa de Gaza amplia as tensões no Oriente Médio. Israel comunicou que os residentes devem se direcionar ao sul do território dentro de 24 horas. Com aproximadamente 1,1 milhão de habitantes, a área em destaque inclui a Cidade de Gaza.
A comunicação foi direcionada pelo Exército israelense à ONU e ao Departamento de Segurança e Proteção em Gaza próximo da meia-noite, horário local, de 12 de outubro. O marco de Wadi Gaza foi apresentado como a divisão entre norte e sul.
Contrapondo, o Hamas instruiu os palestinos a não cumprirem o pedido de Israel. A organização menciona esforços de "guerra psicológica" por parte de Israel. O Contra-Almirante Daniel Hagari, de Israel, frisou que a responsabilidade recairá sobre o Hamas se algo ocorrer aos que não evacuarem.
Apesar da urgência inicial, militares israelenses sinalizaram que não há um prazo exato para a evacuação. O contra-almirante Hagari expressou compreensão sobre o tempo necessário para tal movimento.
Em relação à UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, houve a realocação de suas operações para o sul de Gaza, reiterando o pedido de proteção para os civis nas escolas e abrigos sob sua responsabilidade.
O Conselho de Segurança da ONU se mobiliza para uma reunião emergencial, mas enfrenta desafios devido às diferenças entre os membros.
Após ataques do Hamas no dia 7, Israel sinaliza a preparação de uma significativa operação terrestre. A pressão aumenta sobre o premiê Binyamin Netanyahu após bombardeios que resultaram em centenas de vítimas.
Com um aumento visível de tropas e tanques na fronteira e a convocação de reservistas, a tensão na região parece se encaminhar para um novo pico. A ONU reporta que quase 339.000 pessoas já foram deslocadas em Gaza devido aos confrontos atuais.