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ONU diz que líderes da Líbia tentam impedir eleições

Facções que dominam país fecharam acordo para fazer pleito e tentar acabar com crise que teve início com conflito que queda de Muammar Gadafi representou

Líbia: apesar de mais de 1 mi de pessoas no país já terem se registrado para votar nessas eleições, Nações Unidas advertiram que não existem condições para a sua realização (GettyImages/Getty Images)

Líbia: apesar de mais de 1 mi de pessoas no país já terem se registrado para votar nessas eleições, Nações Unidas advertiram que não existem condições para a sua realização (GettyImages/Getty Images)

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EFE

Publicado em 16 de julho de 2018 às 19h23.

Nações Unidas - A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou nesta segunda-feira alguns líderes líbios de tentarem impedir a realização das eleições deste ano e de preferirem manter o conflito no país.

O enviado da organização para Líbia, Ghassan Salamé, disse no Conselho de Segurança que dirigentes que se beneficiam do "status quo" estão fazendo "todo o possível para frear as eleições".

"Infelizmente, podem fazer muito, especialmente porque têm postos oficiais cruciais e, frequentemente, muito lucrativos", disse o diplomata, em videoconferência feita de Trípoli.

Em maio, as principais facções que dominam a Líbia finalmente fecharam um acordo para fazer o pleito em dezembro e tentar acabar com a crise que o país vive desde o conflito que a queda do líder Muammar Gadafi representou.

Apesar de mais de 1 milhão de pessoas já terem se registrado para votar nessas eleições, as Nações Unidas advertiram hoje que, por enquanto, não existem condições para a sua realização.

"Sem as condições adequadas, seria pouco inteligente fazer eleições. Sem mensagens claras e contundentes daqueles que tentariam atrasar ou atingir estas eleições, as condições não aparecerão", explicou Salamé.

Entre outros aspectos, o representante da ONU afirmou que é necessário que esses grupos aceitem os termos legislativos propostos pela Câmara de Representantes, o órgão com sede na cidade de Tobruk e em enfrentamento com o governo de unidade em Trípoli, respaldado pelas Nações Unidas. Salamé também advertiu que a recente reabertura da Companhia Nacional de Petróleo, após a última crise pelo controle das explorações do produto, estará em risco enquanto algumas questões fundamentais sobre a distribuição e o uso não forem resolvidas.

"Se estes assuntos não forem rapidamente tratados, temo que os acordos alcançados para retomar a produção de petróleo não sejam mantidos e será difícil avançar no processo político", alertou.

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