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ONU diz que êxodo de venezuelanos se aproxima de crise

Com o aumento de venezuelanos deixando o país, a ONU alerta que os países vizinhos podem ser sobrecarregados

Venezuela: países que fazem fronteira com a Venezuela já aumentaram as exigências para receber imigrantes (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

Venezuela: países que fazem fronteira com a Venezuela já aumentaram as exigências para receber imigrantes (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 12h45.

Genebra - O êxodo de imigrantes da Venezuela está se aproximando de um "momento de crise" comparável aos acontecimentos envolvendo refugiados no Mediterrâneo, disse a agência para imigração da ONU nesta sexta-feira.

Números cada vez maiores de venezuelanos estão fugindo da crise econômica e instabilidade política que abala a Venezuela, ameaçando sobrecarregar países vizinhos, incluindo o Brasil. Autoridades da região irão se encontrar em Bogotá na próxima semana para buscar uma solução.

Neste mês, Equador e Peru tornaram mais rígidas as regras para venezuelanos cruzarem a fronteira, exigindo passaportes válidos em vez de somente carteiras de identidade. No Brasil, moradores da cidade de Pacaraima, em Roraima, forçaram centenas de venezuelanos a fugirem de volta para a Venezuela.

Descrevendo esses casos como sinais de alerta, o porta-voz da Organização Internacional para Migração da ONU (OIM), Joel Millman, disse que financiamento e meios para administrar o êxodo precisam ser mobilizados.

"Isso está se tornando um momento de crise que nós vimos em outras partes do mundo, especificamente no Mediterrâneo", disse o porta-voz em coletiva de imprensa.

Na quinta-feira, a OIM e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) pediram que países da América Latina facilitem a entrada de venezuelanos.

O porta-voz do Acnur, Andrej Mahecic, disse nesta sexta-feira que governos na região estão fazendo esforços "louváveis", mesmo que algumas capacidades de recepção e serviços estejam sobrecarregadas.

Mas "algumas imagens preocupantes" têm surgido na região na última semana. "Essas aumentam o estigma daqueles que são forçados a fugir, e também colocam em risco os esforços para sua integração", disse.

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