Mundo

ONU diz que assentamentos de Israel continuam ilegais

EUA abandonaram nesta segunda (19) a posição de quatro décadas que considerava que os assentamentos violam o direito internacional

Assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada (Ammar Awad/Reuters)

Assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada (Ammar Awad/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 13h55.

Genebra — O escritório de direitos humanos da ONU afirmou nesta terça-feira que os assentamentos israelenses no território palestino ocupado continuam violando o direito internacional, rejeitando a nova posição do governo dos Estados Unidos, que passou a apoiá-los.

Na segunda-feira, o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou a posição de quatro décadas dos EUA de que os assentamentos, construídos em terras que Israel capturou na Guerra do Oriente Médio em 1967, são inconsistentes com o direito internacional.

"Continuamos a seguir a posição de longa data da ONU de que os assentamentos israelenses violam o direito internacional", disse o porta-voz dos direitos humanos da ONU, Rupert Colville, em entrevista coletiva.

"Uma mudança na posição política de um Estado não modifica o direito internacional existente nem sua interpretação pelo Tribunal Internacional de Justiça e pelo Conselho de Segurança", disse.

O Tribunal Internacional de Justiça, em um parecer consultivo emitido em 2004, disse que os assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, foram estabelecidos em violação ao direito internacional.

A Quarta Convenção de Genebra de 1949 --que Estados Unidos e Israel ratificaram-- estabelece que uma potência ocupante não deve transferir partes de sua própria população civil para o território que ocupa, disse o porta-voz.

Grupos ativistas não governamentais também rejeitaram a nova postura do governo norte-americano, anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

"Isso não muda nada. O presidente Trump não pode varrer décadas de leis internacionais estabelecidas de que assentamentos são um crime de guerra", disse Andrea Prasow, diretora interina da Human Rights Watch em Washington.

Acompanhe tudo sobre:IsraelONU

Mais de Mundo

Mapa está sendo refeito e cessar-fogo no Irã não tira incerteza, diz estrategista do Deutsche Bank

Parlamento do Irã aprova suspensão da cooperação com agência de supervisão nuclear da ONU

Ataque pode ter atrasado o programa nuclear do Irã em apenas alguns meses, diz relatório dos EUA

Brics condena ataques ao Irã, mas defende criação de zona livre de armas nucleares no Oriente Médio