Campo de refugiados sírios Al Zaatri, na cidade de Mafraq, Jordânia, próximo à fronteira com a Síria (/Muhammad Hamed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2013 às 11h46.
Genebra - A ONU alertou nesta sexta-feira que em breve ficará sem dinheiro para lidar com o vasto afluxo de refugiados sírios para a Jordânia e outros países vizinhos.
"As necessidades estão crescendo exponencialmente, e estamos quebrados", disse Marixie Mercado, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef ), numa entrevista coletiva na sede da ONU em Genebra.
O número de refugiados nessa crise tem repetidamente superado as expectativas da ONU. Os 1,25 milhão de refugiados, dos quais três quartos são mulheres e crianças, superam em 10 por cento o que se esperava que fosse o total até junho.
Como há também 3,6 milhões de refugiados internos na Síria, e nenhum fim visível para o conflito de dois anos, existem grandes chances de que o êxodo continue aumentando.
"Desde o começo do ano, mais de 2.000 refugiados passaram pelas fronteiras (com a Jordânia) a cada dia. Esperamos que esse número mais do que duplique até julho, e triplique até dezembro", disse Mercado.
"Até o final de 2013, estimamos que haverá 1,2 milhão de refugiados sírios na Jordânia -- equivalente a cerca de um quinto da população jordaniana." O impacto da falta de verbas incluiria a suspensão na entrega de 3,5 milhões de litros de água por dia no campo jordaniano de Za'atari, que abriga mais de 100 mil refugiados, a maioria mulheres.
Quase 11 mil sírios chegaram na semana passada a Za'atari, segundo a Organização Internacional para a Migração.
Autoridades da ONU disseram que a escassez de verbas afeta a região inteira, não só a Jordânia, e todas as agências humanitárias.
Embora as agências humanitárias até agora tenham conseguido evitar grandes problemas entre os refugiados, policiar uma população enorme e crescente tem se tornado um grande desafio.
O órgão da ONU para refugiados (Acnur) registrou vários protestos em Za'atari no final de março, por causa da escassez de ônibus para levar refugiados de volta à Síria.
Há também casos de pessoas tentando contrabandear itens para fora do campo, e violência por causa da distribuição de novas caravanas.
Os outros países que recebem um grande número de refugiados sírios são Líbano, Turquia e Iraque.