Civis em Damasco: grupo de ONGs sírias pediu hoje ajuda internacional para que se proteja o manancial que abastece Damasco (SANA/Divulgação via Reuters)
EFE
Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 10h59.
Genebra - A ONU reabilitou e equipou poços de água dentro de Damasco e sua periferia para cobrir um terço das necessidades diárias da população de água potável, cuja escassez afeta cerca de quatro milhões de moradores da capital e seus arredores desde o final de dezembro.
"A escassez de água segue afetando pelo menos quatro milhões de pessoas em Damasco e arredores, e estamos muito preocupados pelo risco de doenças e de saúde que podem derivar desta circunstância", afirmou o porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Jens Laerke.
Segundo a ONU, que denunciou a falta de água potável em Damasco e sua periferia no último dia 29 de dezembro, as autoridades sírias ativaram um "plano de emergência", apoiado também por caminhões-cisterna destinados a socorrer a sede da população.
A ONU, por sua vez, reabilitou poços em Damasco e arredores que cobrem um terço das necessidades diárias da cidade, que desde o dia 22 de dezembro sofre com a escassez de água.
Desde esta segunda-feira, a ONU entrega ainda água, por meio de caminhões-cisterna, a 50 escolas e áreas rurais de Damasco, afirmou Laerke.
"Continuamos instando todas as partes no conflito a abster-se de atacar infraestruturas de água pelas consequência que isso tem" para a população, advertiu.
O porta-voz indicou que, embora a ONU não possa confirmar de onde procedem os ataques a estas infraestruturas como indicou na semana passada em comunicado, "está claro que a água não se esgotou espontaneamente".
A este respeito, um grupo de ONGs sírias pediu hoje ajuda internacional para que se proteja o manancial que abastece Damasco e para que as forças governamentais permitam a passagem de ajuda humanitária à região, controlada por rebeldes.
Em comunicado divulgado em Riad, as ONGs da região de Uadi Barada solicitaram à ONU e a todos os países influentes da comunidade internacional que pressionem para que se proteja o manancial de Ain al Fiya "que abastece com água potável" à capital e seus arredores.
Para isso, exigiram que as forças do presidente sírio, Bashar al Assad, e que têm o apoio da milícia xiita libanesa Hezbollah, cessem seus ataques à região de Uadi Barada.
As ONGs de Uadi Barada, o rio que passa por Damasco, pediram que se forme um comitê sob supervisão da ONU que determine quem são os responsáveis por cortar o fornecimento de água na capital síria, interrompido há duas semanas por uma explosão em uma usina de bombeamento em Ain al Fiya, da qual se acusam ambos lados.