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ONU discute conflito na Síria, prestes a completar 10 anos, nesta quarta

A intenção da ONU é forçar o regime de Assad a aceitar a resolução 2254, que prevê eleições, mas expectativa é de poucos avanços para o fim dos conflitos

Conflito na Síria já deixou pelo menos 500.000 mortos e mais de 5 milhões de refugiados em quase dez anos (Ali Hashisho/Reuters)

Conflito na Síria já deixou pelo menos 500.000 mortos e mais de 5 milhões de refugiados em quase dez anos (Ali Hashisho/Reuters)

LB

Leo Branco

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 06h32.

Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 10h55.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) prevê para esta quarta-feira, 25, um encontro sobre a crise humanitária na Síria, país do Oriente Médio imerso numa guerra civil desde 2011 e, mais recentemente, uma das regiões mais afetadas pela pandemia do novo coronavírus.

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A guerra civil no país teve poucas mudanças neste ano. Apesar disso, os ataques aéreos das forças militares comandadas pelo ditador Bashar Al-Assad continuam sobre as regiões do país ainda ocupadas por grupos contrários a Assad – em particular no norte do país, mais precisamente na província de Idlib, na fronteira com a Turquia.

A intenção da ONU com as conversas nesta quarta-feira é forçar o regime de Assad a aceitar a resolução 2254, aprovada pelo órgão há cinco anos. Apoiada por países como Irã, Rússia (simpáticos ao governo de Assad) e Turquia (contrário ao ditador sírio), o documento pede um cessar-fogo imediato a todos os lados envolvidos no conflito e a realização de eleições na Síria num prazo de até 18 meses.

A expectativa, contudo, é de poucos avanços no processo de paz na Síria. O regime de Assad segue com apoio forte de aliados como o Irã, país cada vez mais preocupado com os laços crescentes de Israel e os demais vizinhos do Oriente Médio.

Nos últimos meses, Israel estabeleceu relações diplomáticas com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e com Sudão, país africano com maioria da população muçulmana. Irã e Israel disputam o posto de maior poderio militar do Oriente Médio. Ao apoiar a Síria, vizinha de Israel, os aiatolás que comandam o Irã esperam contrabalancear o poderio dos israelenses na região.

A guerra civil na Síria já matou ao menos 500.000 pessoas desde março de 2011, quando começaram os protestos para derrubada de Assad, na esteira de movimentos populares em outros países da região conhecidos como Primavera Árabe. Além disso, ao menos 5 milhões de sírios fugiram da guerra e se tornaram refugiados em países da Europa, Ásia e Américas.

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