Esqui: representante da ONU acredita que preparações devam ser em conjunto (Matthew Stockman/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2011 às 15h48.
Rio de Janeiro - O esporte tem um profundo poder de mudança cultural e por meio dele é possível conscientizar as sociedades sobre a importância de se promover a equidade entre homens e mulheres. A afirmação foi feita hoje (18) pela coordenadora de Programas da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres Brasil e Cone Sul, Júnia Puglia, durante o seminário Esporte, Desenvolvimento e Paz. O evento foi promovido pelo Conselho Internacional do Esporte Militar, no Rio de Janeiro.
Segundo ela, um ambiente que permita a homens e mulheres trabalhar juntos, de forma respeitosa e colaborativa, serve como exemplo de como a participação das mulheres nos mais diversos setores da sociedade deve ser estimulada.
“Colocar homens e mulheres para trabalhar juntos, formando equipes e estabelecendo relações de respeito, de ajuda mútua e de diálogos com objetivos comuns me parece um passo muito importante. Homens e mulheres devem, inclusive, participar juntos da preparação das competições. Quando todo mundo trabalha junto por uma mesma meta o avanço é maior”, ressaltou.
De acordo com a coordenadora da ONU, a hierarquização entre homens e mulheres, baseada apenas no gênero, muitas vezes se estabelece por meio de manifestações agressivas e é uma realidade bastante presente para a população feminina qualquer que seja sua condição social, financeira ou cultural.
Júnia Puglia também destacou que a realização da quinta edição dos Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro, entre os dias 16 e 24, está sendo fundamental para despertar a consciência da população sobre o problema. Ela lembrou que durante o evento esportivo, que reúne mais de 5 mil atletas de 111 países, está sendo divulgada a campanha mundial UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A campanha foi criada em 2008 pelas Nações Unidas para combater a violência de gênero e conta com a contribuição de atletas da delegação brasileira nos Jogos Mundiais Militares. Eles aparecem em vídeos e em cartazes que falam sobre estatísticas da violência contra as mulheres, como a que aponta que cerca de 70% delas sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida, seja ela física, sexual, psicológica, moral ou patrimonial. O material também convoca o público para a prevenção e a eliminação desse tipo de crime.
A mensagem da campanha está circulando nos principais espaços e instalações do evento, como os estádios Engenhão, Maracanãzinho, de São Januário e no Parque Aquático Maria Lenk.
“É importante que os atletas que participam dos Jogos e o público que comparece aos locais de competição levem essa ideia para pensar, elaborar e colocar em prática em seu cotidiano”, afirmou.
Júnia Puglia acrescentou que na tarde de hoje (18), ainda como parte da campanha, será inaugurado na Vila Militar, em Deodoro, zona oeste do Rio, um estande das Nações Unidas. No local, onde estão hospedados atletas, integrantes de comissões técnicas e oficiais de países participantes da competição, haverá distribuição do material da campanha e exibição dos vídeos.