A proposta do fundo, defendida pelo Brasil, determina o compromisso formal de todos os países em adotar o incentivo ao desenvolvimento sustentável como meta (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2012 às 15h41.
Rio de Janeiro – O diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável, Assuntos Econômicos e Sociais da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20), Nikhil Seth, rechaçou hoje (15) a hipótese de que os temas-chave em discussão e estão sem consenso serem definidos apenas em 2013.
Segundo ele, as questões mais controvertidas e sem acordo serão reservadas para definição por parte dos 115 chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22.
Seth negou ainda que exista uma espécie de plano B como alternativa ao texto que não tem consenso entre os negociadores. “Não existe plano B até onde eu sei”, disse. No entanto, apesar de seu otimismo, ele reconheceu que a questão refere-se à definição de responsabilidades pelos países só será discriminada pelos líderes políticos. “Isso será definido na reunião de alto nível”, resumiu.
Seth disse que “não está sendo discutida” a possibilidade de os temas mais polêmicos ficarem para o próximo ano. O debate sobre assuntos como a transferência de tecnologia limpa, que dividem as opiniões entre os negociadores dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento, por exemplo, começa no final da tarde desta sexta-feira, com previsão de término por volta das 23h.
Há ainda mais temas divergentes, como capacitação de profissionais para a execução de programas relacionados ao desenvolvimento sustentável, além da possibilidade de fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da criação de um fundo de recursos financeiros para implementação de ações rumo ao desenvolvimento sustentável.
A proposta do fundo, defendida pelo Brasil, determina o compromisso formal de todos os países em adotar o incentivo ao desenvolvimento sustentável como meta. A ideia é que todos colaborem com recursos para obtenção de US$ 30 bilhões a partir de 2013 até chegar a US$ 100 bilhões, em 2018. Mas o Canadá, os Estados Unidos e os países europeus se opõem à ideia.