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ONU denunciará Trump se houver violações de direitos humanos

O porta-voz do alto comissário, Rupert Colville, disse que é preciso esperar as ações concretas do empresário republicano

ONU: durante a campanha, Trump criticou diversas minorias étnicas e religiosas (Nicholas Roberts/AFP)

ONU: durante a campanha, Trump criticou diversas minorias étnicas e religiosas (Nicholas Roberts/AFP)

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EFE

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 09h48.

Genebra - O escritório do Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos afirmou nesta quarta-feira que seguirá controlando o governo dos Estados Unidos e, se perceber que as políticas de Donald Trump, eleito novo presidente do país, estão violando os direitos humanos ou individuais, isso será denunciado.

Em resposta à Agência Efe, o porta-voz do alto comissário, Rupert Colville, disse que é preciso esperar as ações concretas do empresário republicano, que bateu Hillary Clinton nas eleições presidenciais norte-americanas antes de qualquer outra coisa.

"Temos que ver o que ocorrerá realmente em um governo Trump. Se sentirmos que as políticas e as práticas da nova administração dos Estados Unidos violam os direitos humanos de um grupo específico ou de um indivíduo, denunciaremos", afirmou.

Colville explicou que a fiscalização é uma prática regular do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos tanto para os Estados Unidos como para os demais países do mundo.

"Nosso mandato é proteger e promover os direitos humanos de todas as pessoas em qualquer lugar, baseado nas leis internacionais, e isso é o que nos guiará no futuro em nossa posição em relação ao próximo governo norte-americano", disse o porta-voz.

O alto comissário, Zeid Ra'ad al Hussein, já se mostrou crítico aos comentários e posicionamentos de Trump no passado.

"Se Donald Trump for eleito, em função do que disse até agora e, a menos que isso mude, acredito sem dúvida nenhuma que seria perigoso de um ponto de vista internacional", disse Zeid há três semanas em um encontro com jornalistas.

"Comentários sobre o uso da tortura, que está proibida pelo direito internacional, ou sobre comunidades vulneráveis de uma maneira que indicaria que podem ser privados de seus direitos... As declarações de Trump vão nessa direção, sendo profundamente inquietantes e alarmantes", reconheceu o diplomata jordaniano.

Durante a campanha, Trump criticou diversas minorias étnicas e religiosas, disse que não permitirá que muçulmanos entrem no país e classificou os mexicanos de ladrões e estupradores.

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