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ONU denuncia milhares de desaparecimentos no Sri Lanka

A guerra civil no Sri Lanka, que durou várias décadas e deixou mais de 100.000 mortos, terminou em 2009 com o esmagamento da rebelião dos separatistas tamis


	Mulheres no Sri Lanka procuram nomes de parentes: relatório aponta o desaparecimento de muitas pessoas que haviam se rendido na fase final da guerra e não foram encontradas
 (LAKRUWAN WANNIARACHCHI/AFP/GettyImages)

Mulheres no Sri Lanka procuram nomes de parentes: relatório aponta o desaparecimento de muitas pessoas que haviam se rendido na fase final da guerra e não foram encontradas (LAKRUWAN WANNIARACHCHI/AFP/GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2015 às 10h38.

Um relatório da ONU denuncia "dezenas de milhares de desaparecimentos forçados" no Sri Lanka durante o conflito com a rebelião tâmil, e cogita criar um tribunal especial integrado por juízes locais e internacionais para investigar os crimes de guerra cometidos por ambas as partes.

"Um tribunal especial híbrido, que integre juízes, procuradores, advogados e investigadores internacionais" é necessário para investigar os crimes cometidos durante o conflito no Sri Lanka, estimou o relatório.

Um "tribunal puramente doméstico não tem nenhuma possibilidade de superar as suspeitas nutridas por décadas de violações", acrescentou o informe redigido por especialistas a pedido do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Ocorreram, em especial, "graves violações entre 2002 e 2011" e "fortes indícios de que ambas as partes cometeram provavelmente crimes de guerra e contra a humanidade", afirmou o documento.

A guerra civil no Sri Lanka, que durou várias décadas e deixou mais de 100.000 mortos, terminou em 2009 com o esmagamento da rebelião dos separatistas tamis.

"Os desaparecimentos forçados afetaram dezenas de milhares de cingaleses durante décadas", sustentou o relatório.

"Existem elementos razoáveis para acreditar que os desaparecimentos forçados foram efetuadas no âmbito de um ataque amplo e sistemático contra a população civil", acrescentou o documento de 250 páginas.

O relatório aponta o desaparecimento de muitas pessoas que haviam se rendido na fase final da guerra e não foram encontradas.

Os especialistas da ONU também denunciam "a amplitude das violações sexuais cometidas contra os detidos, extremamente brutais" que afetaram tanto as mulheres quanto os homens.

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