Menina acena bandeira palestina em Ramala: Crianças palestinas detidas não têm direito a visitas de familiares (Uriel Sinai/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2012 às 21h26.
Genebra - Dezenas de crianças palestinas são detidas, isoladas e submetidas a processos judiciais sem auxílio de advogados em Israel, segundo denunciou nesta sexta-feira o comitê da ONU encarregado de supervisionar as práticas israelenses nos territórios palestinos ocupados.
O órgão explicou que segundo testemunhos, atualmente há 192 crianças palestinas detidas pelas autoridades israelenses, sendo 39 delas menores de 16 anos.
O diretor do comitê e embaixador do Sri Lanka na ONU, Palitha Kohona, afirmou que os maus-tratos às crianças 'começam desde o momento de sua detenção', quando os jovens 'são amarrados e conduzidos aos veículos militares com os olhos vendados'.
Segundo Kohona, 'as crianças não recebem informação sobre seus direitos'. O diretor afirmou que em 63% dos casos, os oficiais israelenses tentam pressionar as crianças para que se tornem informantes.
Além disso, as crianças palestinas detidas não têm direito a visitas de familiares, não têm acesso a uma representação legal e nem à educação. Elas são mantidas em celas de adultos e, inclusive, chegam a ser julgadas em tribunais militares com apenas 12 anos.
Os membros do comitê também se mostraram 'comovidos' após reconhecer que em torno de 12% das crianças prisioneiras estão em regime de isolamento, algo que segundo Kohona, 'é especialmente preocupante, se for levado em conta que Israel detém a cada ano entre 500 e 700 crianças palestinas'.
Além da situação vivida pelas crianças, o comitê da ONU também censurou as demolições de imóveis palestinos por parte de Israel e a violência dos israelenses contra os palestinos em geral, assim como o impacto econômico do bloqueio israelense da Faixa de Gaza para a população.