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ONU defende relatório das acusações russas de parcialidade

"Os resultados do relatório são inquestionáveis", disse o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, sobre as primeiras críticas da Rússia ao estudo dos inspetores


	Sergei Lavrov: vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia disse que o relatório dos inspetores está "politizado e é parcial" porque não visitaram outras áreas onde armas químicas também teriam sido utilizadas
 (Yuri Kadobnov/AFP)

Sergei Lavrov: vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia disse que o relatório dos inspetores está "politizado e é parcial" porque não visitaram outras áreas onde armas químicas também teriam sido utilizadas (Yuri Kadobnov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 15h36.

A ONU saiu nesta quarta-feira em defesa do relatório de seus inspetores sobre o ataque do último dia 21 na periferia de Damasco e disse que ainda não recebeu as evidências que a Rússia garante implicar os rebeldes sírios.

"Os resultados do relatório são inquestionáveis", disse o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, sobre as primeiras críticas da Rússia ao estudo dos inspetores, que foi tornado público na segunda-feira.

Nesirky acrescentou que as provas recolhidas no terreno pelos especialistas da equipe de Ake Sellstrom falam por si mesmas e insistiu que se trata de uma investigação "científica" e "objetiva" que levou em conta todas as precauções possíveis. O porta-voz da ONU reiterou que os analistas documentaram de maneira "meticulosa" todas as amostras biomédicas e ambientais recolhidas durante a visita à região de Guta Oriental, onde teriam acontecido os ataques.

"Queremos que os fatos de 21 de agosto sejam investigados de maneira imparcial, objetiva e profissional. Temos bases sérias para supor que isto foi uma provocação", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, disse em Damasco que o relatório dos inspetores está "politizado e é parcial" porque não visitaram outras áreas onde armas químicas também teriam sido utilizadas. O porta-voz da ONU explicou hoje que entrou em contato com as autoridades da missão russa nas Nações Unidas para saber em que contexto as declarações do vice-ministro das Relações Exteriores foram feitas.

Além disso, Nesirky garantiu que o escritório do secretário-geral, Ban Ki-moon, não recebeu as provas que o governo russo afirma ter implicando aos rebeldes sírios no uso de armas químicas. "Por enquanto não recebemos nada", indicou.


Lavrov disse hoje que seu país compartilhará com as Nações Unidas e o Conselho de Segurança os dados recebidos ontem em Damasco Ryabkov pelas autoridades sírias. "Temos provas suficientes de que os relatórios sobre armas químicas refletem o fato de a oposição recorrer com frequência a essas provocações para causar uma intervenção (estrangeira)", assegurou Lavrov.

Por outro lado, o porta-voz da ONU indicou que a missão voltará à Síria "o mais rápido possível" para completar seu mandato e investigar o ocorrido na cidade de Khan al Assar, denunciado pelo regime, "e o resto de denúncias críveis" recebidas.

Até agora, a ONU tinha dito que além do ataque de 21 de agosto, já tinha previsto investigar outras três denúncias, a do regime em Khan al Assar, e outros dois lugares que não foram revelados por motivos de segurança. 

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