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ONU cria plano para erradicar extrema pobreza em 15 anos

Erradicar a extrema pobreza no mundo será o objetivo número 1 da agenda global de desenvolvimento para os próximos 15 anos


	Bandeira da ONU: o plano foi acordado na noite do domingo por negociadores dos 193 países da ONU
 (AFP/Nicholas Roberts)

Bandeira da ONU: o plano foi acordado na noite do domingo por negociadores dos 193 países da ONU (AFP/Nicholas Roberts)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2015 às 18h46.

Erradicar a extrema pobreza no mundo será o objetivo número 1 da agenda global de desenvolvimento para os próximos 15 anos, período em que a ONU também deve priorizar a proteção do planeta e a luta contra as desigualdades.

O novo plano, batizado como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, foi acordado na noite do domingo por negociadores dos 193 países das Nações Unidas e será aprovado formalmente em uma cúpula de líderes mundiais no fim de setembro.

A estratégia substituirá os Objetivos do Milênio e, como já ocorria nessas metas estipuladas em 2000, tem a luta contra a pobreza como primeira medida.

"Reconhecemos que erradicar a pobreza em todas suas formas e dimensões, incluindo a extrema pobreza, é o maior desafio global e um requisito indispensável para um desenvolvimento sustentável", afirma o documento pactuado pelos Estados-membros.

O texto estabelece um prazo até 2030 para meta de erradicar a extrema pobreza, na qual estão todos os que vivem com menos de US$ 1,25 (R$ 4,30) por dia, e a de reduzir pela metade o número de pessoas afetadas pela pobreza, medida em função das definições aplicadas por cada país.

A nova agenda pretende avançar sobre a base do sucesso obtido com os Objetivos do Milênio, cuja meta prioritária (reduzir pela metade a extrema pobreza em relação aos níveis de 1990) foi alcançada com cinco anos de antecipação.

O programa também se aprofundará em outras áreas que registraram grandes progressos nos últimos anos, como educação, saúde e a luta contra a fome.

Um dos objetivos é fazer com que, em 15 anos, todo o mundo tenha acesso a alimentos o suficiente, não haja mais desnutrição e que todas as crianças completem estudos primários e secundários.

Também há metas ambiciosas para reduzir a mortalidade materna e infantil, acabar com a epidemia da Aids e proporcionar a todos o acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva.

Mas a nova estratégia também busca incluir as áreas nas quais os Objetivos do Milênio fracassaram, a começar pelo problema da desigualdade.

A meta neste caso é que o progresso "não deixe ninguém para trás", segundo ressaltou nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em entrevista coletiva.

Entre outras coisas, as Nações Unidas querem acabar com "todas as formas de discriminação contra as mulheres e meninas" e garantir que ninguém seja marginalizado por idade, cor da pele, etnia, origem ou religião.

A ONU visa fazer com que a renda das classes mais desfavorecidas cresça a um ritmo maior que a média, a fim de reduzir as enormes disparidades econômicas vividas em muitos países.

A nova agenda também dá mais atenção à proteção do planeta, com campanhas contra a mudança climática, para um uso sustentável dos recursos naturais e a conservação dos ecossistemas marítimos e terrestres. Segundo Ban, os objetivos têm as pessoas como foco, mas são "sensíveis com o planeta".

Ao todo, a estratégia inclui 17 grandes objetivos e 169 metas mais concretas, número bastante superior ao das bases dos Objetivos do Milênio. Isso ocorre, em grande parte, porque desta vez todos os países do mundo puderam participar do processo de negociação, que no ano 2000 havia sido mais restrito.

Embora a ONU tenha dito que ainda é cedo demais para saber exatamente quanto custará para implementar a estratégia, as estimativas apontam a que nos países em vias de desenvolvimento seria preciso investir entre US$ 3,3 trilhões e US$ 4,5 trilhões ao ano, quantias muito superiores aos cerca de US$ 1,4 trilhões atualmente dedicados a esse fim. 

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