Imigrantes são resgatados por barco da Itália: intenção é identificar e desarticular quadrilhas regionais, nacionais e internacionais, assim como proteger e auxiliar às vítimas (Massimo Sestini/World Press Photo/Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2015 às 14h52.
Dacar - O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) da África Ocidental e Central anunciou nesta terça-feira que coordenará uma estratégia regional para lutar contra o tráfico de imigrantes.
"Mais de 100 anos depois da abolição da escravidão, não devemos nem podemos assistir imóveis a exploração vergonhosa de pessoas por outras pessoas", afirmou o representante regional da UNODC, Pierre Lapaque, durante um ato em Dacar (Senegal).
Para acabar com a prática, a ONU trabalhará com a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), dois blocos integrados por 25 países.
A intenção é identificar e desarticular quadrilhas regionais, nacionais e internacionais, assim como proteger e auxiliar às vítimas.
Calcula-se que anualmente de 4 mil a 5 mil pessoas transitem por esta região do continente africano para chegar às costas do Mediterrâneo e a maioria delas cai na mão das máfias.
De acordo com levantamentos da ONU, milhares de imigrante são vítimas do tráfico com fins de exploração sexual, trabalho forçado ou tráfico de órgãos. Além disso, os criminosos aliciam crianças para grupos armados.
O objetivo do trabalho é apoiar os Estados da região para que possam desenvolver as próprias ferramentas para lutar contra estes fenômenos.
No ato de hoje, Fatima Dia Sow, da CEDEAO, e Noel Ndong, da CEEAC, disseram que darão total apoio à ação da ONU.
Segundo eles, para conseguir uma solução duradoura frente a esta forma de criminalidade é necessário adotar uma política harmonizada e de cooperação mais ampla entre todas as nações.
Neste ano, mais de 2 mil imigrantes morreram na tentativa de atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa, enquanto no ano passado, no mesmo período, o número de mortos era de 1.607, segundo revelou recentemente a Organização Internacional de Migrações (IOM).