O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura (Louai Beshara/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2016 às 14h02.
Amã/Beirute - A Organização das Nações Unidas (ONU) convidou o governo e a oposição da Síria para conversas de paz em Genebra na próxima sexta-feira, mas não ficou claro se os opositores do presidente sírio, Bashar al-Assad, que têm apoio da Arábia Saudita, irão superar suas objeções e comparecer.
O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, emitiu os convites para as tratativas adiadas nesta terça-feira, sem dizer quem foi convidado ou quantos grupos devem participar.
Mais cedo, a oposição lançou dúvidas sobre sua ida à cidade suíça, acusando os Estados Unidos de adotarem ideias iranianas e russas inaceitáveis para a resolução do conflito.
Asaad al-Zoubi, uma autoridade da oposição, declarou ao canal de notícias árabe Al-Hadath que está pessimista, embora a decisão final ainda esteja para ser tomada em uma reunião dos opositores em Riad ainda nesta terça-feira.
As conversas de Genebra devem durar meses, exigindo que os diplomatas lidem com delegações rivais em salas separadas.
O governo sírio, que está recuperando territórios dos rebeldes com ajuda de ataques aéreos da Rússia e forças terrestres do Irã, já confirmou presença.
Mas a oposição, composta pelo recém-formado Comitê de Altas Negociações (HNC, na sigla em inglês), vem dizendo reiteradamente que o governo e seus aliados precisam deter os bombardeios e suspender os bloqueios a áreas sitiadas para o novo organismo se unir às conversas.
Zoubi, que deve encabeçar a delegação opositora, disse à Reuters que, sem gestos de boa vontade, incluindo a libertação de detidos, "não haverá negociação". "Foi isto que o HNC determinou", afirmou.