Mundo

ONU condena repressão policial a protestos no Zimbábue

Mais de 600 pessoas foram detidas durante os protestos contra o aumento do preço da gasolina

Zimbábue: ao menos 172 pessoas ficaram feridos, 68 delas por armas de fogo (Philimon Bulawayo/Reuters)

Zimbábue: ao menos 172 pessoas ficaram feridos, 68 delas por armas de fogo (Philimon Bulawayo/Reuters)

E

EFE

Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 11h19.

Genebra - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou nesta sexta-feira a repressão dos protestos sociais desta semana no Zimbábue (com pelo menos oito mortos e dezenas de feridos) e pediu ao Governo desse país que detenha o excessivo uso da força contra manifestantes.

"Estamos profundamente preocupados com a crise socioeconômica que está ocorrendo no Zimbábue e a repressão dos protestos no país, surgidas após a decisão governamental de aumentar os preços dos combustíveis", destacou a porta-voz Ravina Shamdasani em entrevista coletiva em Genebra.

"Pedimos ao Governo que busque formas de dialogar com a população sobre suas queixas legítimas e deter a repressão aos manifestantes", acrescentou, citando, além disso, relatórios nos quais aponta que em alguns atos de protesto foram incendiados vários edifícios e houve saques.

A agência da ONU ressaltou que foram denunciados casos de intimidação generalizada por parte das forças de segurança, incluindo batidas casa por casa, ataques físicos e mais de 600 detidos, "entre eles líderes da oposição e proeminentes ativistas".

Os protestos começaram na segunda-feira, depois que o Congresso de Sindicatos do Zimbábue (ZCTU) convocou uma greve diante da alta do preço do combustível - que duplicou - e a piora da situação econômica do país.

A Anistia Internacional denunciou a morte de pelo menos oito pessoas após a repressão aos manifestantes, e na quinta-feira a ONG Médicos do Zimbábue afirmou que houve pelo menos 172 feridos, 68 delas por armas de fogo.

O descontentamento social surge quando o presidente zimbabuano, Emmerson Mnangagwa, realiza uma excursão pela Europa e pela Ásia Central que acabará no Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça) na semana que vem.

Seu principal objetivo é atrair investimento estrangeiro que alivie a dura situação econômica do seu país, isolado durante os quase 40 anos de Governo do anterior presidente, Robert Mugabe.

Acompanhe tudo sobre:ONUProtestos no mundoZimbábue

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia