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ONU avisa que violações dos direitos humanos serão julgadas

O secretário-geral Ban Ki-moon anunciou que todos que fizeram parte de ataques contra civis deverão ser julgados

Combates na Líbia: ONU quer punições para quem violou direitos humanos (Getty Images)

Combates na Líbia: ONU quer punições para quem violou direitos humanos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 14h23.

Madri - Os autores de violações contra os direitos humanos na Líbia comparecerão ante a justiça, alertou nesta sexta-feira o secretária-geral da ONU, Ban Ki-moon, em coletiva de imprensa em Madri.

"Os ataques armados contra civis desarmados e pacíficos é uma violação do direito humano internacional e as pessoas que cometeram ou cometam esses crimes serão responsabilizados, deverão prestar contas e comparecerão ante a justiça", declarou ainda.

Ban considerou, além disso, "absolutamente necessário que as autoridades líbias cessem imediatamente todas as hostilidades contra a população civil", depois que o ministro das Relações Exteriores líbio, Mussa Kusa, anunciou que a Líbia decidiu pelo fim de todas as operações militares.

Musa anunciou a decisão líbia esta sexta-feira, após a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, que autorizando ataques aéreos contra o regime do coronel Muamar Kadhafi.

"A Líbia decidiu aplicar de imediato um cessar-fogo e dar por encerrada todas as operações militares", declarou Kusa em uma entrevista coletiva.

Ele afirmou que o país, por ser membro das Nações Unidas, está "obrigado a aceitar a resolução do Conselho de Segurança da ONU".

Na quinta-feira, o Conselho de Segurança votou a favor do uso da força contra as tropas pró-Kadhafi, abrindo assim o caminho para bombardeios aéreos depois de quase um mês de insurreição reprimida de forma violenta pelo regime.

A resolução exigia um cessar-fogo imediato e o fim dos combates.

Mais cedo, o ditador líbio Muamar Kadhafi havia adotado um tom ameaçador afirmando que transformaria num inferno a vida de qualquer um que atacar o país, depois que a ONU autorizou ataques aéreos contra as forças do governo.

"Se o mundo ficou louco, nós também ficamos. Responderemos. Suas vidas se transformarão num inferno", disse Kadhafi, falando à rede de TV estatal RTP, poucas horas depois da aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU autorizando ataques aéreos contra o país.

"O que é este racismo? O que é este ódio? O que é esta loucura?", indagou Kadhafi.

A União Europeia, a União Africana e a Liga Árabe se reunirão no próximo sábado em Paris na presença do secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para discutir o conflito na Líbia, anunciouHicham Yusef, representante da organização pan-árabe.

"A Liga Árabe recebeu um convite por parte da França para participar de uma cúpula entre a União Europeia, a União Africana e a Liga Árabe, que acontecerá na manhã de sábado e não deve durar mais de um dia, para abordar a situação na Líbia e discutir maneiras de colocar em prática a resolução da ONU", explicou Yusef, chefe de gabinete de Amr Musa, diretor da Liga Árabe.

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